anatman

https://www.youtube.com/watch?v=NZ52orhnnqs

Sentei ali e contemplei o mar.

Desdobrava-se em inúmeras e infindáveis ondinhas.

Ainda assim, sempre as mesmas águas.

Não duvidei de que parecida coisa

ocorra com a vida e o mundo.

A onda faz e desfaz -

nasce, cresce e se devolve,

a si mesma não pertence.

Por isso mesmo, não resiste.

Vi que o mar era como minha mente -

sereno, amplo, e me perguntei quem

era o espelho de quem.

Se ele reflete os céus,

e criatura reflete criador,

então talvez seja eu os olhos

através dos quais o mar

se contempla.

Chrystian Revelles
Enviado por Chrystian Revelles em 10/09/2018
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