Reflexão: O Aspirante ao professorado!

Estar emerso em ambientes escolares distintos, durante um período maior do que o vivenciado até então, trouxe-me uma visão ampla a respeito da profissão; professor de história! Conviver por tantos dias e tantas aulas com: alunos, professores, corpo diretivo e outros funcionários das escolas, me deu a oportunidade de conhecer a realidade da profissão por um campo de visão não imaginado por mim ainda.

Após concluir 50% das observações comecei a sentir o meu olhar diferente quanto à realidade daquelas pessoas, principalmente os alunos e os professores titulares de história; os quais foram os alvos da minha observação. No inicio, enxergava tudo como algo comum ou vazio “no sentido de envolver-me”, me senti em um ambiente sistemático e robotizado; o meu campo de visão ainda era limitado naquele momento, e, eu ainda não havia conseguido me entregar/doar aquela missão; talvez por não tê-la entendido completamente.

Com o passar das aulas, e ao analisar o comportamento dos alunos, o que eles falavam uns para os outros, quais suas principais dificuldades e medos, eu enfim enxerguei o lugar e posição na qual me encontrava naquele momento. A maioria dos alunos dentre todas as turmas observadas, sentem uma grande dificuldade em entender o real papel da história como ciência; eles apenas a enxergam como aquela disciplina cuja nos diz apenas; que os portugueses chegaram ao Brasil! Os alunos se quer problematizam os “porquês”: da chegada, estada e permanência dos colonizadores do nosso país; aqueles a quem devemos agradecer parte das mazelas que nos deixaram de herança.

Os alunos como um todo, não me pareceram ter entendido ainda que o papel do historiador ao explicar sobre a ascensão do fascismo na Europa, não é apenas para contar os fatos a respeito daquele líder, sociedade e período, mas sim, para relacionar o contexto histórico daquele período passado, com o contexto histórico vivido na contemporaneidade, isso, sem contar a falta de entendimento por parte dos alunos quanto ao objetivo do professor de história em torna-los cidadãos: éticos, críticos e conhecedores de seu papel na sociedade. Os fatos relatados anteriormente, somados a falta de interesse de alguns alunos; ”em especial dos 3º anos, com o ENEM batendo a porta”, me fez enxergar quão árdua é a missão do professor em “ensinar a quem não quer aprender”!

Logo, compreendi que estava no lugar certo e aspirando a profissão certa também, pois se quero um país melhor para meus filhos e netos, eu preciso levar todo o conhecimento que tenho e adquirirei ao longo da vida como professor, para a sala de aula na intenção de ser para os educandos, o melhor de mim a cada dia, com o intuito de que eles saiam da sala de aula motivados e esperançosos quanto a seus projetos de vida, pois amanhã serão eles os parlamentares que conduziram o país, os médicos que salvaram vidas, o braço armado que defenderá a nação e os professores que formaram os cidadãos das gerações futuras.