A escrita
Escrever é algo que me afugenta, ao mesmo tempo que me tira do sério com sua beleza.
Fico petrificada ao ter um bloqueio criativo
vejo a escrita como algo que me preenche. Aliás também me esvazia.
Quando escrevo sinto meu coração pulsar cada vez mais forte, de maneira de que tenho que deixar que as palavras tirem todo o resquício do meu corpo para que essas páginas em branco tenham sentido para o leitor.
No caso, eu sou o leitor.
Eu sou a própria pessoa que vê os defeitos e as qualidades do texto. Com meu alto senso crítico, nada que não beirar ao perfeito merece ser apreciado.
Me cobro demais. no entanto, que escritor não se cobra?
Tendo isso em vista, não me espanta ler as biografias dos grandes escritores da nossa história para descobrir como suas vidas foram conturbadas.
Para mim, como uma amadora nessa posição, escritores são pessoas tão cheias e completas que precisam se esvaziar de vez em quando, antes que entrem em colapso.
Quando digo cheios, não me refiro ao ego - mesmo que alguns possam assim ser definidos - me refiro a suas mentes. São pessoas que não desligam nenhum só minuto. Estão em constante processo de análise. Julgando a si mesmo ou o mundo a sua volta. E como não podem fazer isso frequentemente no meio social, encontram, nas palavras, o terapeuta mais qualificado. Aquele que vai ouvir suas preocupações e aflições. Irá ouvir de maneira silenciosa, sem dar pitaco, pois é disso que a personalidade desses escritores precisa. Eles só precisam de um momento com si próprios e com o farfalhar do lápis sobre a folha ou o teclar do computador, enquanto os dedos começam a doer sem conseguir acompanhar a imensidão de palavras que escorrem como uma cachoeira de suas mentes geniais.
Assim quero ser
Pois sinto me esvaziando por meio das palavras,
Posso usar cada uma delas como um alicerce para a minha mente sem sentido.
Espero que elas me acompanhem nesse processo.