No ônibus
É incontrolável. É entrar no ônibus e começo a pensar na vida, nas escolhas, no passado, arquitetar o futuro... E como são 6 horas de viagem, a cabeça vai longe, longe. Momentos de reflexão proporcionados quando vou ao encontro com meu orientador do mestrado de ônibus, ou busão como gosto de falar. E hoje a reflexão maior foi sobre a impaciência que sempre me cerca e o desejo de viver até a última gota. Sou movida por essas duas forças. Sempre ouvi quando mais nova que com a idade a impaciência dá lugar á paciência e que essa urgência de viver passa. A primeira parte é verdadeira, já a segunda, essa se intensificou por eu ver como têm passado rápido essa minha vida. O maior dos meus sonhos está realizado: tenho uma filha, aquela que sempre sonhei ter e que será para sempre a pessoa mais importante na minha lista de pessoas especiais. Tenho muitos outros sonhos a serem realizados. Não deixei,após ser mae, que morressem meus sonhos de mulher, não mesmo. Ah, e não me sinto egoísta por isso como a maioria das mães se sentem. Me sinto grata por separar bem esses papéis e sabendo ser eu um exemplo para minha pequena, sinto-me obrigada a realizar cada um dos meus sonhos e deixar para ela esse ensinamento. Ensinamento de que na vida somos nós os responsáveis por cada uma de nossas conquistas e sendo assim devemos correr muito atrás do que queremos. O maior medo que eu tenho agora é um só: deixar de alguma forma de aproveitar a saúde que Deus me deu na realização dos meus desejos e no futuro culpar a vida, o destino ou sei lá o quê pela minha infelicidade. O TempO passa e continuo a mesma: aquela que acredita muito no lado bom da vida e das pessoas, a menina que cresceu e manteve sua paixão pelo conhecimento, pela família e pela vida. Mantenho acesa a minha fé e sei que sempre, sempre o melhor ainda estará por vir! Ingênua pra uns, sonhadora pra outros, feliz pra mim. E isso, só isso é o que realmente importa.