“Seguidores Perdidos”
Hoje, as pessoas não mais resolvem os seus empates, por meio do diálogo, mas pela opção “deixar de seguir”. Refletindo sobre supostas amizades perdidas por alguma razão, notei que não houve um consenso, um rosto a rosto, contato físico que pudesse permitir um melhor esclarecimento. A solução de alguns foi, simplesmente, me apagar do seu instagram. Não que eu, nunca, tenha o feito, seria hipocrisia. Mas, pelo menos, um motivo bem explícito hei de ter dado.
Acontece que estamos imersos em tempos de extrema banalização das interações humanas, de medo a enfrentamento das questões emocionais, algo que, em hipótese alguma, deveria virar um grande empecilho. Términos sendo realizados via whatsapp. Desaforos e ego exacerbado expostos em caracteres no twitter (a cada minuto durante o dia). Brigas no facebook, a todo momento, por parte de alguns indivíduos, os quais querem ter a razão, quando não há o certo e o errado. Disputa pela demonstração de uma vida perfeita no instagram.
Estamos perdendo. De fato, estamos sendo derrotados pela tecnologia. O seu uso ultrapassa o fator material e, agora, tornou-se parte do ser humano. Quase que inerente. Quem consegue ir a algum lugar sem o celular? Eu me preocupo. Sou, declaradamente, uma dependente da internet, mas posso afirmar com toda convicção que fico aflita por não mais ver amigos, batendo à porta, ligações para ouvir a voz, encontros só para falar da vida (sem a presença do maldito digital). As pessoas perderam a essência do ser. As pessoas estão deixando de ser pessoas. Aonde chegaremos?
Ass: desespero moderno.