Há um estudo na psicologia que diz que o "não" não funciona por completo, isto é, nem sempre a palavra NÃO é absorvida pelo cérebro através da audição e visão, tanto oral como escrita, respectivamente (ou pelo tato, no caso do braile) de forma a bloquear algo. Isso se deve ao fato de o cérebro humano não absorver cem por cento das informações recebidas e, já que vai absorver algo, vai prevalecer o objeto ou ação principal em destaque. Trocando em miúdos na minha área, a linguística, seria mais ou menos como um sintagma de um período simples em que há sujeito e predicado como termos essenciais da oração e o adjunto adverbial de negação como mero termo acessório, como se a oração "A bola não caiu" entrasse na nossa percepção assim: "a BOLA não CAIU".
Outro exemplo de como isso se dá é quando se fala pra uma criança (ou até mesmo muitos adultos) pra não fazer algo e aí é que ela acaba fazendo mesmo. Já parou pra pensar nisso?! Aí vai uma pequena dinâmica de como isso funciona: se eu te disser "não pense na cor amarela", e aí? Qual cor você pensou? Tenho certeza que você pensou justamente no amarelo. Seria muito mais viável se eu te dissesse pra pensar em qualquer outra cor, menos o amarelo, para não pensar nesta cor.
Também relacioná-se com o velho e conhecido "poder do pensamento" ou, como alguns tentam dar uma certa atmosfera científica na mística, também parte da chamada "Lei da Atração", em que o simples ato de mentalizar trazer o objeto do pensamento ao concreto, ainda que seja de forma negativa, bem como antigos ocultistas diziam que o medo é uma espécie de "fé negativa", ou seja, quanto mais temer algo ou que alguma coisa aconteça pode atrair isso na mesma proporção do temor para si, exatamente por você não desejar e ficar pensando nesta não-ação. Resumindo, a única diferença entre o 10 e o (-10 ) é apenas o sinal negativo, sem nem precisar colocar esse tracinho no primeiro, mas apenas remover esse mínimo caractere alfanumérico do segundo.
Pois é, assim também ocorre com a antipropaganda, o ato de querer denegrir algo ou alguém, mencionando e exibindo-o com a finalidade de atacar, e o que ocorre é exatamente o oposto. Isso está sendo feito de forma bem discarada neste momento no Brasil. Acho que já deu pra perceber do que estou falando.