ENTRE BUFFALO BILL E OS FEMINICIDAS
O post na rede social mostra a foto de um soldado estadunidense, que volta para casa após três anos de ausência, pois estivera em missão noutro continente. Ele abraça emocionado a esposa e o filho, de apenas dois meses, que ele ainda não conhecia. A seguir, uma enxurrada de comentários de verdadeiros sub-seres humanos, que o chamam de chifrudo, otário e um monte de outros adjetivos depreciativos. A toda essa avalanche, aponho o meu comentário, dando como exemplo a história de vida de... "Buffalo Bill, que também se ausentava de casa por anos. Quando voltava, havia sempre um ou dois pimpolhos, que ele abraçava, batizava, registrava e ficava muito feliz. Ele não queria que sua amada Rebecca morresse de solidão. Por isso, não fazia drama. Certamente ele também buscava outros consolos quando não podia estar nos braços da amada".
Fossem todos como Buffalo Bill, esse personagem real que virou herói legendário na história de seu país, e não teríamos tanto machismo, tanta violência; não teríamos essa epidemia de feminicídios que nos põe como o país em que mais se pratica violência contra as mulheres.