QUEM NOS ROUBOU DE NÓS MESMOS?
“Parado, não se mova
Passe para cá o seu cérebro
E não reaja!”
"Quieto, não olhe para trás
Entregue para mim o seu coração
Sem questionar
Estou mandando!"
Pobre gente!
A que, sem perceber, despedem-se em tal grau de suas almas
Da fascinante luz a ofuscar a vista do se lhes apresenta
(ou seriam, todos?)
Nas pupilas que dilatam ante seu brilho... noss’olhos
Cegos olhos!
E eis que achamos graça no que se nos fornecem
Ao que, portanto, não mais reagimos
E aceitamos...
Seria, pois, por um nefasto medo?
Oh, inexplicável e maldita covardia!
E nest’instante o mundo nos possui quais seus súditos escravos
Como almas que desconhecem sua vital força
E ao século corrupto entregam, pois suas vidas... sem relutar
Ah, quão grande maldição a de se fazer crer o forte crocodilo
Ser um mísero e frágil lagarto de quintais e paredes
Quem o conseguiu de tal ingenuidade o convencer de tamanha asneira?
E até quando isto o será?
Assim, eis que de fato não, pois reagimos
Frente aos sutis assaltos do mundo
É incrível
E entregaremos à essa escura voz que não sabemos
Nossos preciosos... cérebros
E nossos corações
Até quando?