É o que somos
Sou caminho começando,
E outro, já pelo meio...
Sou brisa, sou vento brando,
E bicho, que não deixa por arreio...
Sou o bonito e o feio,
Sou manhã e noite escura,
E sou a mão que depura,
A fúria dos canibais,
E sou o menos e o mais,
Porque a vida, é sem reta,
Nas curvas, é que se completa,
Transformando a guerra em paz.
Sou a roupa do andarilho,
Suja, inútil, em frangalhos,
E um pássaro com os seus filhos,
Nos ninhos, que há pelos galhos...
E sou as cartas do baralho,
Pelas mãos da cartomante,
Lendo o futuro e o instante,
Pois somos de tudo, parte,
O trabalho duro, e a arte,
E as ilusões dos amantes.
Alque