Sacrificam-me

O mundo está agitado e eu preso outra vez dentro das minhas tempestades, palavras ecoam em meus ouvidos apenas como ecos. Meu jardim está se destruindo e eu lutando para cultiva-lo intacto.

Sento na beirada de uma calçada suja, e apenas me perco em minhas confusões, crueldades, palavras lançadas como navalhas em meu coração.

Todos que passam diante de mim notam uma tristeza estampada em meu semblante, é importante esconder-me.

Perdido, e ferido, deixado em meio a guerra para morrer, esquecido...

Como podem ser tão cruéis, atiçam o que há de pior em mim, o meu monstro quando sai me fere mais do que a quem atinge, será que não enxergam?

Sacrificam-me por favor, pois não restam forças em minhas próprias mãos para matar a minha fera, isso dói tanto.

Seria pedir demais? Oh! Sacrificam-me pois já não sou capaz de lutar contra a fera ferida.

Me matam aos poucos e porque não o façam de uma vez? Preferem torturar-me?

Se não forem me ajudar acabando com esse sofrimento, então deixe-me em paz pois não estou conseguindo partir, e tão pouco respirar.

Cansado de sentir o sabor das próprias lágrimas, cansado de dar com a face no chão e encher meus olhos de terra.

Onde mora a felicidade? Quero ir para lá me sinto imundo com tantos pensamentos misturados e sem solução.

Se não forem degolar-me me deixem partir, pois quem sabe não consigo adormecer em paz?

Quero deitar minha cabeça no travesseiro que parece pesar toneladas e simplesmente adormecer na eternidade.