Entre a amizade e o algo a mais

Sabe aquela sensação de ter alguém por perto? Aquela sincronia natural, sem precisar forçar nada? Daí você passa horas e horas trocando ideias sobre tudo e sorrindo sem muito sentido, apenas vivendo. É tudo tão divertido e o tempo passa que você nem vê.

No entanto, você começa a se dar conta que a amizade, apenas ela, não é suficiente, não supre o desejo. O tempo gasto conversando nas redes sociais, as horas no telefone já não são mais suficientes. Há uma falta de algo, há uma vontade, um desejo de ir além daquilo e você percebe que precisa se arriscar, porém isso poderá acarretar a consequências que mudarão tudo.

Uma grande maioria passa por situação paralela, mas o pavor de se arriscar e perder o que se tem (a relação de amizade) acaba por reter o tal desejo. Por que, nessa situação, arriscar-se é tão difícil? É difícil, pois é preciso que haja uma vontade bilateral para que ocorra o algo a mais. Desprezando algumas exceções, esse é o maior dos problemas, porque a sincronia de ambas as partes é praticamente uma utopia. Quem eu amo e quem me ama nunca são as mesmas pessoas, portanto é preferível se acostumar com a amizade a perdê-la.

Seria triste se, levantando a hipótese de duas pessoas estarem na mesma vontade, suprimindo o mesmo afeto, pelo medo de se expressar acabam por reprimir aquele sentimento.

Tá aí um questionamento que Hamlet poderia ter feito se estivesse na mesma situação: "amizade ou desejo do algo a mais? Eis a questão!"

Arietseb
Enviado por Arietseb em 21/08/2018
Reeditado em 21/08/2018
Código do texto: T6425983
Classificação de conteúdo: seguro