Memorando dos meus demónios
Alguém lhe dissera, há um tempo que não lembra a ninguém, algo sobre si. Algo que agora falta por nossa causa e capricho.
Onde estamos, aonde vamos e a que propósito... quem o sabe? Ninguém o lembrará ou fará ver que a vida é feita de montanhas-russas disfarçadas com algodão.
Acariciamos-lhe o corpo despegado da própria silhueta que lhe pertence, e que se escapa por entre a penumbra das sombras, perdida por entre as ruas desta cidade cinzenta e com tão pouca vida, fazendo vista grossa aos alheios por quem passa.
Ninguém a lembrará de onde veio, deixando-a no esquecimento. Porque neste, tudo desvanece, excepto uma doce, inocente e ingénua, porém falsa, felicidade. E falsa ela o é, tanto quanto pode. Mas isso, ele já o sabe.