Cemitério

Os cemitérios da cidade

Guardam preciosidades

Não meramente pessoas

Que partiram

Corpos sem vida

Há cemitérios que guardam

Cantores de timbres únicos

Que nunca ousaram cantar além dos seus chuveiros

Existem nos cemitérios

Jogadores que atuariam nos melhores clubes

Caso levassem adiante as peladas eventuais

Quantos escritores se foram

E com eles ótimas publicações que sequer foram escritas

Quantas incontáveis bailarinas

Que se esvairam pelos desafios, tantos recitais que não aconteceram

Quantos cientistas estão nestes cemitérios

Levando consigo as descobertas de cura de muitas doenças

Os cemitérios das cidades são ricos

De sonhos que foram sonhados

E abandonados pela insensatez

Quantos tesouros guardados

Talento desperdiçado

Pois muitas pessoas não acreditaram em seus sonhos, vocações, dom,

Não escutaram o pulsar de seus corações, pedindo por viver algo novo,

Aquilo ao qual foram realmente feitos pra viver

E quando se deram conta

Se é que se deram conta disso

A vida se esvaiu

E a riqueza daquela vida promissora

Chegou ao cemitério

Onde mil outros

(Quase) foram

O que deveriam ter sido...

Ge Vitorino
Enviado por Ge Vitorino em 17/08/2018
Reeditado em 17/08/2018
Código do texto: T6422130
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