Pequena Gigante

Pequena gigante

Pacata é tua tez

De céu colorido infinito

Nos tons azul-lilás do pôr do sol

De dias assim não tão quentes

Teu ribeirão

E tua ribeira cortam o cinza

Que cresce indecente

Entre o verde-folha que circunda a tua nobreza gigante

Diante do pensamento pequeno

De teu povo que se acha importante

Mas continua a agir impotente

Em razão do egoísmo inerente

Que habita em seus poucos mil habitantes

Mas teu semblante é de paz

E de uma paciência sublime

Nos teus limites distantes

No silêncio perturbador da neblina

Que sem aviso

Cai serena

Dificultando a visão dos caminhos

Dessa imensa cidade pequena

Difícil é não amar

Cada pedaço de chão que te compõe

E a tua cara

É a minha cara

Meu refúgio seguro

Nesses confins perdidos no mundo

E de cada minúscula casa

Que meus olhos contemplam de cima do teu mirante

É nesses instantes que sou mais feliz

E minha alma mais vibrante

Quando atravesso teu portal

Abro também os meus portões

E deixo para trás o caos

Observando o trem a deslizar na ferrovia

Aorta do coração dessa cidade que pulsa

Abrigo-me em touca e blusa

Ignorando a tua umidade fria

E já não me sinto vazia

Porque tua calma parece oração

E nos pássaros que gorjeiam ao entardecer

Deixo para trás qualquer menção de sofrer

Fazendo refúgio nas horas

Que passam

E desfilam como elegantes senhoras

E me fazem amar-te sinceramente

Na beleza e na dificuldade

Que te tornam Ribeirão.

E há um sentimento assim serrano

Que te faz bela e além

Ainda maior que as outras cidades

Quem de ti foi embora

Não esquece

E quem não te ama

É porque ainda não te conhece.

Charlene Angelim
Enviado por Charlene Angelim em 16/08/2018
Código do texto: T6420585
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.