Hoje me falta inspiração

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Hoje me falta inspiração

Não é de hoje que me falta inspiração para a poesia, talvez, pelo fato de que, para fazer uma sopa de letrinhas apreciável, precisemos mais do que sentir, do que se emocionar.

Hoje em especial, me falta inspiração.

Talvez por olhar as obras de alguns colegas recantistas e perceber que sei muito pouco da vida, da cultura, da filosofia, literatura e ciências em geral.

Talvez por me sentir tão pequenina diante de gigantes da literatura amadora e do português correto.

Nunca sei onde vai a mesó (latim - meio ou seria do grego?) clise, entre tantas outras regrinhas do nosso belo português catedrático!

Fico ruborizada quando leio algins de meus colegas recantistas amadores e na verdade nem poderia me denominar assim, pois estou tão aquém (é assim que se escreve?!) destas poderosíssimas feras, e quem dirá o tamanho que me distância dos escritos de poetas consagrados - sim. É inatingível para uma pessoa como eu.

Hoje falta inspiração e talvez ler meus "apreciadores" sabendo que nunca vão apreciar um pequeno textítulo meu, me tire as forças, pois afinal estou num nível inferior, muito inferior. Ao passo que eu, quando os leio, preciso de dicionário e mesmo assim, às vezes, não os compreendo.

Doce ilusão pensar que fazer poesia é para alcançar a todos, para nos deixar maravilhados com a arte, mas começo a entender que algumas destas poesias são feitas para os inteligentes que muito mais do que fazer poesia para divertir e entreter a alma, a poesia, para eles, se destina à incompreensão da maioria, pois muitas vezes é feita sem o envolvimento do coração, realizando-se um jogo mórbido de desprezo a ou outro, ou não.

Por um lado deveríamos nos sentir valorizados, como disse Nietzche por ocasião de uma ópera: - Esta obra faz de mim um filósofo melhor. Esta arte valoriza quem as aprecia (mas só disse isto após assistir a obra de arte por mais de vinte vezes - então imagina nós - reles mortais), entanto nem sempre o belo Wagneriano estará presente. Às vezes, serão só: "Uma mórbida sopa de letrinhas catedrática que visa matar a alma do outro. Mas que importância o outro teria?

Hoje me falta inspiração para falar do belo. Talvez por procurar o belo no mundo, enquanto que ele está apenas no coração de alguns e na maior das simplicidade da cotidiana vida.

Mas e o que me impede de continuar tentando escrever simplesmente Lara nas minhas simplórias poesias e por vezes, incompreensiveis?!

Talvez seja o fato de que, antes de querer escrever qualquer mensagem freudiana, maquiavélica ou estrategista, talvez, só talvez eu queira continuar sendo essa pessoa simples, simplista e simplória. Talvez, só talvez eu queira transmitir as mensagens do meu coração incorruptível que aprecia a música e a arte na sua essência mais transparente, verdadeira e autêntica do entendimento do que é o belo: - A mais bela arte é a arte com simplicidade, que toca o coração e a alma. Simplesmente arte! E talvez, só talvez quem tenha coração, consiga compreender as poesias e textículos da simplesmenteLara.

O que acaba por causar motivação, para que eu não desista de tentar expressar meu simples coração, através da tentativa da escrita literária amadora, seja a crítica!

Ninguém dá "bola" para o insignificante, não. E quando eu vejo que alguns colegas recantistas que são quase escritores profissionais se inspiram em mim, nem que seja para depreciar minhas tentativas, por vezes frustadas, de fazer arte, percebo o quanto ser simplesmente eu - é bom e gratificante! O quanto é bom ter coração. O quanto é bom tentar poetizar este mundo, deste meu jeito simples,, pois a verdadeira arte é isto - tentar tocar o coração e a alma, que acredito todos terem, mesmo que os escondam por medo, às vezes.

Mas por enquanto...

Me falta inspiração.

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Lara Winter
Enviado por Lara Winter em 15/08/2018
Reeditado em 15/08/2018
Código do texto: T6419828
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