G&AM

Sinto que há uma necessidade dentro de nós que anseia pelo não término de quaisquer experiências. Sei que a efemeridade é temida por muitos e ficamos mais confortáveis, quando quase tudo permanece da forma que está. Não que esteja da melhor maneira planejada, mas pelo simples fato de já estar e tal ponto gerar comodismo. Contudo, se há uma significativa mudança, no seu aspecto mais positivo, iniciamos nosso incessante desejo de criar pós-expectativas acerca do que acontece no presente.

Não gosto de rotular como erro, porque o que pode ser, para mim, funciona, harmonicamente, para outrem. Todavia, cabe a mim, citar que pode ser um equívoco. É como ter a oportunidade de fazer aquilo, jamais, antes concebido, mas o gosto instantâneo não satisfaz. Refletimos que nenhuma carga será posta, porém parece inevitável nada se esperar. Depois que se almeja aquilo que tanto sonhamos, pensamos de que modo pode ser prolongado ou melhorado, mesmo que já esteja, nitidamente, escrito que acabou. E quando não ocorre, nos decepcionamos.

Como se decepcionar com alguma coisa que nem foi prometida a acontecer? Como pensar no “e se” se é uma outra dimensão, a qual não calhou de ser vivida? Às vezes, é preciso somente estar: provar, sentir, alucinar, transpassar e deixar encerrar. Como seria possível saber que foi importante se não houvesse a pior versão? Eis a minha cotidiana indagação.

Ass: aflições.

Mariane Amaral
Enviado por Mariane Amaral em 15/08/2018
Reeditado em 21/05/2019
Código do texto: T6419451
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