Súplica
Para onde foram todos aqueles pensamentos
Que me cercavam de certezas e alegrias
Que organizavam minha existência e ponderavam o caos
A incerteza no olhar do futuro causa angústia
E o amanhã talvez possa não chegar um dia
Secando as lágrimas que o hoje me trouxe
Todo o discernimento construído a duras penas
Escorre entre os dedos rapidamente
O tempo se torna antagonista dos sonhos
Um adversário cruel a cada instante
A inconstância nas palavras desse texto
Demonstram o quão irremediável
Toda essa situação se apresenta
E até a contingência de alcançar mais um degrau
Apenas mais um passo em busca do paraíso
Luta contra a probabilidade do que deveria ser indubitável
As ruinas, que outrora eram uma residência
Se mantem em pé onde a grama já não cresce
E o sol se mantem escondido atrás das nuvens
Tornando os dias desolados, irrelevantes
Se alguma deidade onipresente puder escutar minhas lamurias
E possa redarguir a meu favor
Decrete logo seu veredicto postremo
Desenlace sem demora esse nó em minha garganta
Para que o ar volte a fluir livremente