Súplica

Para onde foram todos aqueles pensamentos

Que me cercavam de certezas e alegrias

Que organizavam minha existência e ponderavam o caos

A incerteza no olhar do futuro causa angústia

E o amanhã talvez possa não chegar um dia

Secando as lágrimas que o hoje me trouxe

Todo o discernimento construído a duras penas

Escorre entre os dedos rapidamente

O tempo se torna antagonista dos sonhos

Um adversário cruel a cada instante

A inconstância nas palavras desse texto

Demonstram o quão irremediável

Toda essa situação se apresenta

E até a contingência de alcançar mais um degrau

Apenas mais um passo em busca do paraíso

Luta contra a probabilidade do que deveria ser indubitável

As ruinas, que outrora eram uma residência

Se mantem em pé onde a grama já não cresce

E o sol se mantem escondido atrás das nuvens

Tornando os dias desolados, irrelevantes

Se alguma deidade onipresente puder escutar minhas lamurias

E possa redarguir a meu favor

Decrete logo seu veredicto postremo

Desenlace sem demora esse nó em minha garganta

Para que o ar volte a fluir livremente

kdu
Enviado por kdu em 11/08/2018
Código do texto: T6416267
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