SÓ O QUE NÃO SE AMA É QUE NOS CANSA

E assim, a antiga melodia perde então o seu encanto

Seria pelo tanto que se tocou?

Ou seria por... "outra coisa"?

Qual sermão do enfadonho padre em suas vazias palavras

Ai, e como cansa... pelo tanto que se prolonga!

Quais escuras nuvens ante nossos olhos

Que também... não passam... e no firmamento ficam

Aos olhos que já não mais as querem ver...

Mas, por qu'então será?

Ah, serei agora mais breve

A que não falarei nada de extraordinário.. ou fantástico

Apenas o óbvio:

"Somente o que não se ama... é o que nos cansa"

Ou visto que não é, pois amado... eis porque nos cansa:

Coisas...

Situações...

Pessoas...

Contudo, nem tudo está perdido

Pelo que, se não houver mais amor

Pelo menos, pode haver... a tolerância!

Assim, se não podemos amar

O jeito então... é tolerar:

As coisas...

As situações...

As pessoas...

E não é o que mais na vida fazemos... durante todo o tempo?

Ao que destarte não é só o poeta um singular fingidor

Pelo que dizia o incrível Pessoa

Mas sim, todas as demais pessoas

A fingir para os outros o que somos ser amor

Quando, em verdade, apenas os suportamos

Em nome da falsa convivência

Tão marcada por impaciência... e por dor!

Estevan Hovadick
Enviado por Estevan Hovadick em 08/08/2018
Reeditado em 08/08/2018
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