SÓ O QUE NÃO SE AMA É QUE NOS CANSA
E assim, a antiga melodia perde então o seu encanto
Seria pelo tanto que se tocou?
Ou seria por... "outra coisa"?
Qual sermão do enfadonho padre em suas vazias palavras
Ai, e como cansa... pelo tanto que se prolonga!
Quais escuras nuvens ante nossos olhos
Que também... não passam... e no firmamento ficam
Aos olhos que já não mais as querem ver...
Mas, por qu'então será?
Ah, serei agora mais breve
A que não falarei nada de extraordinário.. ou fantástico
Apenas o óbvio:
"Somente o que não se ama... é o que nos cansa"
Ou visto que não é, pois amado... eis porque nos cansa:
Coisas...
Situações...
Pessoas...
Contudo, nem tudo está perdido
Pelo que, se não houver mais amor
Pelo menos, pode haver... a tolerância!
Assim, se não podemos amar
O jeito então... é tolerar:
As coisas...
As situações...
As pessoas...
E não é o que mais na vida fazemos... durante todo o tempo?
Ao que destarte não é só o poeta um singular fingidor
Pelo que dizia o incrível Pessoa
Mas sim, todas as demais pessoas
A fingir para os outros o que somos ser amor
Quando, em verdade, apenas os suportamos
Em nome da falsa convivência
Tão marcada por impaciência... e por dor!