Senhor Ninguém
Senhor ninguém
Seus sapatos desgastados e camisas justas
Defasado e desgastado
No escritório suas observações passam em branco
No escritório suas ideias se diluem em cloro misturado com matéria orgânica
Almoços baratos e está cercado por conversas baratas
À mesa suas observações incompreendidas
À mesa suas ideias se diluem em cafeína e aspartame
Senhor ninguém
Relatos informam que demasiado se encontra em destempero
Relatos informam que explora os provedores de sua existência
Ele observa
Não vê a hora de sentir o sangue pulsar em suas veias
Os carros estacionados lhe parecem alinhados com sistemas planetários
Distantes
As contas correntes se poupam da abundância perene
Flutuante
Senhor Ninguém
Observa reclamarem como ninguém especialmente se encontram
Alguém
A inércia vai consumi-lo
Não vê a hora de sentir seu sangue escorrer pelas veias
O metrô lotado lhe parece desalinhado com sistemas humanitários
De antes
Senhor Ninguém
Invisível e responsável preferia café ao vinho
Relatos informam que seu sangue a escorrer havia ocorrido
Relatos informam que se integrou ao sistema do universo
Em partículas.