Juventude eterna e mídia
A gente sente que há jovens demais na mídia porque é como se fosse certo que a juventude só possui qualidades.
Já o homem adulto composto pela concreta experiência trazida pelo tempo é espicaçado graças ao danoso embargo silencioso.
Percebe-se certa proibição no ar televisivo quanto a essa maior qualidade sobre o jovem, este que apenas embala uma eternidade vaga, uma fortaleza superior, notavelmente inventada pelo mecanismo artificial de prestígio. A juventude também exibe imperfeições.
A eterna juventude é uma estupidez como a criancice fora do tempo é uma imbecilidade terrível. A televisão inutiliza gerações com seus valores propositadamente juvenis. Não há maduridade e ela parece não ser bem vista exceto enquanto imperfeição que deve ser maquiada por uma nova camada de juventude. O cuidado com a faixa etária para visualizações tem como cuidado especial e cínico o jovem e não a liberdade do adulto. É como se o adulto fosse um estado de exceção que deve ser evitado.