Re: Análise de consciência
 
Gostaria de dizer que me aborreci com uma usuária que veio desmerecer meu texto "Análise de consciência" só porque supostamente eu não falei de Deus, mas em nenhum momento eu blasfemei contra nenhuma religião judaico-cristã ou qualquer outro dogma, eu apenas quis escrever os sentimentos que jorravam do meu coração NAQUELE DIA, não ofendi o Deus cristão que ela acredita, nem sequer a convidei pra ler, ela que veio se meter na minha conta, nem mesmo dei lição de moral em ninguém, apenas fiz reflexões que valem para mim mesma. Se ela leu e quis deixar a liçãozinha de moral dela, beleza, não vou apagar porque se trata de livre expressão, mas ela tolheu o meu direito, inclusive, de não acreditar em Deus, embora eu acredite, sim, ao contrário do que ela pensa.
Eu costumava acreditar que era livre para expressar meus pensamentos e sentimentos aqui, com a condição de que não ofendesse a ninguém, pois eu não acredito que uma pessoa tenha se prestado ao trabalho ridículo de desmerecer o meu texto só porque eu não disse o que ELA acha que é certo e queria ouvir, primeiro porque eu nem sei de onde desembocou essa criatura e ela não era o público-alvo daquelas reflexões, pois eu escrevo para quem tenha a mente aberta, então se você não tem a mente aberta e quer impor a sua verdade para cima de mim, caia fora da minha escrivaninha.
 
A partir do momento em que as letras formam palavras e estas, por sua vez, geram frases que ganham um escopo especial quando lidas em ordem linear, não sou mais responsável pela repercussão que tiver o meu manifesto. E por melhores que sejam minhas intenções, sempre haverá alguém no mundo disposto a me desestabilizar, me ridicularizar, deixar claro que todos os meus esforços foram insuficientes porque, com base em seus julgamentos, meu modo de viver e interpretar a realidade está incorreto.
Todos os dias eu busco sair da cama com o objetivo de ser uma pessoa melhor, desconstruir valores nocivos, olhar para o mundo e as pessoas com mais amor, tentar entender os motivos delas de agirem como agem, respeitar suas escolhas, seu jeito de viver, de ver as coisas e meu tempo de liberar perdão para aqueles que me machucaram.
Neste caminho íngreme, estreito e repleto de obstáculos, estou disposta a assumir a culpa por todas as vezes em que falho, seja por ter pensamentos que me fazem mal, por julgar com base no despeito ou por ter algum tipo de sentimento mal resolvido, por não cumprir minhas metas diárias, por não ser tão grata pelo dom da vida como deveria, por nem sempre dispor da paciência como deveria.
Quando minha alma foi quebrada em milhares de pedaços e eu me vi sozinha, no chão, com os cacos quebrados do meu coração, passei por todos os estágios inerentes ao luto e mesmo quando pensei estar sob a regência da mais profunda e profana estagnação, as luzes me indicavam o caminho e eu, cansada, seguia, não mais em busca de culpados ou de projeções de um passado que não existiria porque minhas escolhas me levaram a viver o que me trazia até ali, porque era ali o meu lugar, não em busca das respostas perfeitas, mas reformulando as perguntas para que todos os porquês me incentivassem a mergulhar em mim e me refazer por mim mesma, sem depender de uma pessoa ou de uma circunstância, embora ao longo dessa trajetória algumas pessoas apareçam para me ajudar, todavia o importante é que eu tenha em mente que elas também estão enfrentando suas batalhas interiores e devemos ser uns aos outros mãos que acolhem, não lábios que amaldiçoam.
Estou neste mundo para cair, aprender a me levantar e seguir o meu caminho porque estou disposta a evoluir, a trabalhar em cima de minhas imperfeições, superar minhas limitações, certa de que por mais escura que seja a noite, eu jamais estarei sozinha porque aquele que me protege nunca dorme.
O fato de eu não ter mencionado Deus no texto passado fez com que uma leitora viesse me intimidar como se eu estivesse blasfemando, deslegitimando minha argumentação como se nada do que eu tivesse escrito possuísse valor, acredito que ela fez isso porque sua leitura foi tendenciosa, em nenhum momento empática. Eu acreditava (até então) que era livre para escrever e chegar às minhas próprias conclusões, de maneira que me senti censurada e ridicularizada.
Foi-me concedido o livre arbítrio para fazer escolhas, de modo que sou responsável pelas consequências, assumo os riscos. Muitas vezes o "e se" tirou o meu sono porque trombei com pessoas que passaram pela minha vida para me mostrarem que eu não deveria agir como elas (e infelizmente eu devo ter sido o equivalente disso para alguém) e cada pessoa que porventura esteja com a alma cansada e o coração quebrado vai descobrir o vagalume em meio a escuridão NO SEU PRÓPRIO TEMPO E DO SEU PRÓPRIO JEITO. Tento enxergar cada indivíduo como um universo à parte, inóspito até que eu seja convidada a fazer parte dele ou mesmo ser visitante, logo cada mundinho que existe por trás do corpo físico é regido por suas próprias normas de conduta, a bagagem construída através das experiências adquiridas.
Minha intenção antes era ser reconhecida e famosa para não me sentir menor que as outras moças que estudaram comigo e hoje estão casadas e têm filhos porque eu vivia comparando meu ritmo de viver ao delas e nessa competição mental silenciosa e doente, quem fracassou fui eu porque passei muitos anos sendo como as irmãs da Cinderela, tentando caber num sapatinho que não era do meu tamanho, me esquecendo de cuidar do meu jardim, deixando as roseiras se secaram e os botões de rosa murcharem, senti que minha escrita não atraía amor, não deixava uma mensagem positiva para os leitores porque eu estava sempre a me queixar do que eu supostamente achava que faltava.
Hoje, por outro lado, prefiro passar semanas e até meses sem escrever se não puder oferecer amor, esperança ou pelo menos inspiração a quem me acompanha do outro lado da tela porque quando eu comecei a escrever, na infância, era para me divertir, para sonhar, para desabafar, para encontrar um meio de me fazer notar no mundo, no sentido de me descobrir e questionar as coisas. Na humildade de uma folha de papel guardada, eu podia deitar a cabeça no travesseiro em paz porque o valor do meu trabalho independia do número de likes, estou tentando me desintoxicar dessa sede por popularidade e nesses textos frívolos que incomodam tanto, reencontrar a essência da garotinha que começou por amor, não por inveja de ninguém, mas porque sentia essa sede na alma, a sede de criar mundos através das palavras.
A fama não preenche vazios porque tal qual uma moeda, tem duas faces e no mundo virtual as pessoas costumam externar o pior de si, justamente por se valerem do fato de a internet ser "terra sem dono"; as pessoas acham que podem falar tudo o que quiserem, sem filtros, julgando o que nem lhes compete, impondo sua verdade como a única e incontestável, se munindo de um falso moralismo que chega a me dar ranço (a palavrinha da moda) e dessa vez eu não vou me calar, não me lembro de ter escrito nada ofensivo e tampouco tive a intenção de ferir a honra de ninguém, apenas promover uma reflexão.
Suspiro fundo. Olho para o documento antes em branco e agora com três páginas escritas e me lembro de que na semana passada passei HORAS escrevendo aquele texto, sinto muito que infelizmente minha liberdade de expressão seja ameaçada por pessoas que querem impor como devo sair da depressão e mesmo desmerecer minhas palavras só porque as mesmas não se adequam às suas expectativas, porém a culpa neste caso é sua, apenas sua, porque você veio ler e procurar maldade onde não havia nada, foram os seus olhos e os seus pensamentos cheios de ódio e intolerância com uma opinião diferente que me julgaram, logo busque textos tendenciosos e continue se iludindo, eu prefiro abrir a minha mente para que quando chegue à sua idade, não seja uma pessoa retrógrada como você.
Marisol Luz (Mary)
Enviado por Marisol Luz (Mary) em 21/07/2018
Reeditado em 21/07/2018
Código do texto: T6396395
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