Amor e Ódio
Amor...
Qual a força do amor? É possível medir sua intensidade? Alguém pode calcular o seu tamanho? Quem pode explicá-lo?
A definição no dicionário é plausível, quer dizer afeição acentuada entre duas pessoas, mas ainda assim não é suficiente para que possamos entendê-lo. Talvez tenhamos que levar uma vida inteira para que sejamos esclarecidos, talvez a resposta apareça somente quando os nossos olhos estiverem se entregando à eterna escuridão.
Mas e amar? O que seria amar?
Esse pequeno verbo é dono de um esplêndido significado e não se resume em beijos ou abraços, amar é muito mais complexo. O verbo amar existe no respeito, está na compreensão, está no companheirismo, está no saber falar e ouvir, está na lealdade e fidelidade, está na sinceridade e reciprocidade. Amar não é simplesmente dizer eu te amo, é provar isso mesmo sem dizer.
Nem todos sabem amar. Nem todos vivem a essência do amar, pensam que amam, mas não o fazem. O tempo passa e percebem que o coração está desgastado, que os relacionamentos já não são a mesma coisa, isso porque amar não é só beijos e abraços.
Contudo existem aqueles que verdadeiramente sabem amar, que conhecem e vivem essa essência, ainda que não digam conseguem expor a todo o mundo o quão amantes são. Vivem relações duradouras – seja entre casal ou não –, passam por relacionamentos que jamais perdem o gosto do começo, isso porque souberam amar e dedicaram tamanha sabedoria àqueles que amavam.
Consegue compreender o que é o amor? É um sentimento complexo que suporta muitas coisas, no entanto ele apenas funciona quando é alimentado. O amor precisa ser amado. Aquele que ama precisa receber de volta tudo o que doou. Amor não é um tesouro individual, ele não está presente no egoísmo, ele se manifesta na união daqueles que estão dispostos a amar.
O amor conecta as almas, envolve os corpos e eterniza os amantes; nem a morte vence o amor. Aquele que ama pode partir, mas o seu amor permanece para sempre.
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O amor também tem o poder de transformar. Transforma modos de agir, maneiras de falar e formas de pensar; troca palavras duras por doces e suaves versejares; descobre olhos cobertos por ilusões e lhes revela um mundo cheio de cor, um mundo a ser vivido. O amor, em sua essência, consegue mudar vidas, ampliar horizontes e escrever uma nova história a partir de inúmeros erros. Ele consegue ajuntar os cacos de um coração dilacerado.
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Ao contrário do amor o ódio tem o poder de destruir. Destrói casais, destrói amizades, destrói famílias. O ódio se odeia por não conseguir a nobreza do amor. Todos desejam o amor, todos veneram ao amor, todos querem ter o amor, mas ninguém louva ao ódio, ninguém o persegue como se fosse um valioso tesouro, antes fogem dele e o tratam como miserável. Portanto o ódio se sente incapaz, passa a cultivar inveja e a única forma que encontra para aniquilar suas frustrações é destruindo o amor.
Quem ama, ainda que esteja machucado pela falta de reciprocidade, apenas se afasta, mas ainda deseja o melhor para aquele que muito amou, ao contrário, quem odeia, cultiva o sentimento por vingança, planeja crueldades, as mais perversas. É fácil de explicar essa atitude: enquanto o amor é veraz e sofredor, o ódio se faz de amor planejando a destruição. Aí está a diferença entre amor e ódio.