Rabiscado num guardanapo

setembro 05, 2017

Burlei rimas repetidas em busca de incentivo, por mais irrisória que fosse a construção dos versos e, sobretudo, a motivação. Porque eu mudei junto com o meu jeito de fazer poesia. Ainda assim captei na sonoridade de versos insanos o acalento de um desejo distante que se converteu num escudo para que o passar do tempo fosse encarado como uma espécie de punição.
Distraída demais para aceitar o caminho sem lançar minhas mil e duas indagações nada pertinentes, trombei com você, realmente sem querer.
E por querer lhe sorri.
E por querer não mais da vida corri.
E por você desfiz todas as armadilhas envoltas em meu coração para evitar qualquer tipo de aproximação.
E por você eu abri de novo todas as portas, janelas e ventarolas do meu coração.
Por você.
Se Roma não se fez numa só noite, o mesmo posso afirmar acerca dessa sementinha que foi plantada em meu coração antes que eu me desse conta de que no mais vulgar "de repente", virar do avesso era mais do que ferrar com um metodismo obsoleto, mas me encontrar em meio às máscaras e crescer alguns anos em questão de meses.
E me (re) conhecer.
E me (re) conectar.
E me (re) fazer.
E me (re) paginar.
E se eu for em busca de explicações, é bastante provável que não encontre nada além da verdade que apesar de entalada no alto da garganta, reluta para ser clamada em voz alta.
Se o vento ao menos soprasse o gosto do meu beijo para embalar todos os seus sonhos, tão grata seria pela dádiva.
Se seu beijo selasse com primor todas as minhas noites, eu afundaria a cabeça no seu peito para sentir seu coração batendo, fechando os olhos para me conectar com a sua energia e me sentir finalmente tão em casa como jamais estive, então sei que não adianta reciclar rimas de antigas paixões, é necessário que eu me desafie.
Por você.
Marisol Luz (Mary)
Enviado por Marisol Luz (Mary) em 30/06/2018
Código do texto: T6377616
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