MACULANDO A ANTIGA AMIZADE
Ah, aquela palavra maldita
Ou mesmo a ironia de sua intenção escondida
Do duro ou sutil golpe d’agressão sofrida
Na então ofensa de alguém por ele recebida
Pesada noite a que se prolonga no caminho dest'exílio
No sarcasmo do escuro que teima nele ficar
E assim retarda os primeiros raios d'alvorada
E como demora!
A agora sangrar meus pés desnudos e tão fatigados...
E quem seria este que comigo anda?
(o qual, com certeza, não conheço!)
Não!
Não adianta!
Por mais que se diga que o perdoa
A antiga convivência jamais será a mesma
Pelo menos, enquanto viver na memória... de quem então a recebeu
Ah, nefasto passado que insiste em permanecer no presente!
Ou será que o perdão não, pois aconteceu?
"Então Pedro se aproximou de Jesus e disse:
Senhor, quantas vezes devo perdoar a meu irmão,
quando ele pecar contra mim? Até sete vezes?
Respondeu Jesus:
Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete"
(Mateus 18:21,22)