MACULANDO A ANTIGA AMIZADE

Ah, aquela palavra maldita

Ou mesmo a ironia de sua intenção escondida

Do duro ou sutil golpe d’agressão sofrida

Na então ofensa de alguém por ele recebida

Pesada noite a que se prolonga no caminho dest'exílio

No sarcasmo do escuro que teima nele ficar

E assim retarda os primeiros raios d'alvorada

E como demora!

A agora sangrar meus pés desnudos e tão fatigados...

E quem seria este que comigo anda?

(o qual, com certeza, não conheço!)

Não!

Não adianta!

Por mais que se diga que o perdoa

A antiga convivência jamais será a mesma

Pelo menos, enquanto viver na memória... de quem então a recebeu

Ah, nefasto passado que insiste em permanecer no presente!

Ou será que o perdão não, pois aconteceu?

"Então Pedro se aproximou de Jesus e disse:

Senhor, quantas vezes devo perdoar a meu irmão,

quando ele pecar contra mim? Até sete vezes?

Respondeu Jesus:

Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete"

(Mateus 18:21,22)

Estevan Hovadick
Enviado por Estevan Hovadick em 28/06/2018
Reeditado em 28/06/2018
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