A LÁGRIMA
Cristalina e viva a escorrer de seus olhos
Donde ela vem?
Qual gota a deixar-se cair da nuvem
A que, pois lhe abrigara
Ou como o silencios’orvalho da madrugada
A escorrer da fresca folha a que a tocara
E assim soluça o tempo
Ou às vezes sorri de si mesmo
E sempre ali encontra-se ela ... presente... e fecunda
E para quê se esconder?
A lágrima!
Para o místico e o poeta
Uma prova viva... de seu "ser presente"
Oriunda de su’alma... também viva
Todavia, para os que não têm alma
E são tantos! (a que não seria a maioria?)
Apenas uma simples secreção somática... física... ou glandular
Ah, como é bom chorar... para os que assim o conseguem!
Seja de tristeza e de pranto
Seja por gozo ou enlevo
Ou seja lá para o que for
Oh, alegremo-nos por nossas lágrimas
Vede que estamos vivos
Ou melhor, somos vivos