Aos teus pés, minhas mãos...
Adentre e sente. Sinta-se bem. Sorria, pois que hoje temos muito a ser dito. Aqui, dá-me os pés. Apenas dê-me o tocar de tua pele tal qual sol de brisa suave; suavidade que me dás na pele a mostra e descalça. Aos teus pés entrego minhas mãos para que neles elas possam encontrar o recanto do espasmo de peles que aliviam tuas tensões. Deixar-te leve. Nisto há alívio! Leve, leve, pois que voas... Sem asas voas pelos sorrisos e pelo olhar que se expressa em silêncio do quase nada a dizer. Pés que tudo falam e te trazem a mim... Mãos que te afagam os pés... Longe, meus lábios têm sede de encontrar a pele dos passos daqueles que te expõe à vida; feridas de desilusões e expectativas te pesam os passos. Preciso beijar-te, pés! Ao que te toco, desejo. Ao que te toco os pés, anseios. Ao que te toco os pés... Ao que te toco os pés, silêncio e amplitude pelos dedos andarilhos que passeiam pela sola de tua vida. Permita-me beijá-los e deitar sobre eles. Assim, dormirei tranquilo, trazendo aconchego e carinho, tal como lençóis em uma noite fria que, de forma simples, suave e tranquila, abraça-os com os dedos e os esquenta com as mãos.