INUTILMENTE VIVENDO... INUTILMENTE SOFRENDO
Amores platônicos... paixões tantas
Umas mil delas
Facções políticas... filosóficas... religiosas... esportivas
Triviais entretenimentos
(seriam úteis?)
A sequestrarem nossas almas... sem pedido de resgate
E nelas... a fincarem suas nefastas e perniciosas bandeiras
E, por incrível que seja... não foi à força
Sutilmente foi
E sem perceber, permitimo-nos aos poucos de sermos... de nós mesmos
Roubaram-nos!
Eis a maior verdade!
E destarte aquela criança que pelada veio ao mundo
E tão inocente!
Passa a ter um estufado armário de roupas... e fantasias
A pesar-lhe em tal grau su'alma:
É cristão... judeu... ou muçulmano
É da direita...e nacionalista... ou da esquerda... e comunista
É palmeirense... cruzeirense... flameguista... ou então corintiano
É terapeuta convencional... ou naturalista homeopata
Ou quem sabe, é o mundo inteiro... doente e psicopata
Ah, deixa prá lá!
Oh, fragmentado mundo mental!
Tão ridículo!... tão mesquinho!
Criado por nós... insanos e igualmente d’alma dividida
Ao que o mundo é, pois o que em essência somos
E com certeza... desde que o mundo é mundo
E então, todo mundo “precisa” sofrer... por alguma “coisa”
Que de fato... não precisa
(ao que assim creio)
Até por que, talvez as “coisas” existem... somente para este fim
E de fato não são?
E como seria a vida... sem elas?
Ou alguém discordaria... de mim?
Bom, vou ficando por aqui
É tempo de Copa do Mundo
Irá agora começar um jogo (embora não sei de quem)
Todavia, preciso ligar a televisão
E diante dela decidirei para quem irei torcer
Ou inutilmente sofrer...
Afinal, enquanto aqui vivermos
Precisamos sofrer
Por alguma coisa de que não precisamos... na vida!