A METAFÍSICA FÍSICA DA DOR
Punhal a transpassar o sagrado coração da vida
D’alma a gemer em seus sombrios caminhos
A despertar-se do sono de outrora que a ela tanto embalava
Do canto a pausar no silêncio dos lábios
Na sensação de sua sombra que então a segue
Por todo o tempo (desde que se fez parte... de sua vida)
A dor
Em verdade presságio... ou pedido... por libertação
Toda... e qualquer dor
Não importa qual... ou como seja:
Dores físicas... dores da mente... dores d’alma... dores do mundo
Enfim, todas... as dores
Dor... dor... dor...
Oh, como seria o mundo sem sua presença?
Como seriam... nossas vidas?
Seria possível... ou compatível... o viver isento da dor?
Seria benéfico... seria de fato... bom?
Ao que creio que não!
A dor
Tão concreta!... tão real!
Embora, não tanto amada
(na verdade, rejeitada... odiada)
Todavia... tão necessária... e tão precisa
E sempre a clamar, o tempo todo, por soltura... liberdade... alforria...
Do que, pois nos oprime... ou em tal grau... nos angustia
Do que em nós encarcerado, vede que ela se encontra
Ah, como é difícil, pois... livrar-se dela!
Ao que muitos creem ser... mesmo... impossível
Contudo, acreditem... podemos estar... acima dela
E por que não?
Pelo que destarte seremos então... maiores qu’ela
E então é a dor!
Em qualquer de sua expressão
(em quem, portanto a sente, é claro):
Seja uma singular cólica... ou apenas um somático mal estar
Seja a angustiante dor... do parto
(ainda que para muitas tão esperada... ansiosamente aguardada)
Sejam as dores do amor... o sofrer da paixão
(para os que assim as aceitam... as místicas dores da vida)
Sejam as dores oriundas nossos interiores medos... e vãos temores...
Seja até mesmo... uma incômoda dor... de barriga
E desta forma, no universo das algias
Um único denominador comum
(o qual em todas são):
Implorar... veemente... por alforria
Clamar... com vigor... por libertação