Deixar ir...
Deixar ir nunca foi fácil... Afinal, é uma desconstrução.
Por mais que haja desapego, sempre haverá um desejo - por menor que seja - pela permanência. Permanecer significa desconstruir, principalmente nas relações interpessoais. Elas estão cheias de máximas neste sentido.
"Nunca e jamais faça força para "Ficar" ou para que "Fique!"."
Claro que, quanto mais força se faz pelo "Fique!", mais cresce, em um futuro próximo, ou a dependência, ou o desejo profundo e desesperado pelo "Ir" seja por um, ou por outro indivíduo.
O antagonismo do ser humano é inigualável: ao mesmo tempo que quer ser livre, deseja imensamente situações de aprisionamento, mesmo que estas sejam temporárias.
Bom mesmo seria "se aprendêssemos que a mais bela das Liberdades reside muito mais no "Deixar ir", do que pela insistência pelo "Ficar" forçoso.
A negativa é sempre mais dolorosa, mas é sempre ela que nos faz crescer em nossas limitações.
Se deixarmos ir, há negação. Mas, se pedimos para ficar, também há negativas. Afinal, a nulidade sempre vai ser a ponte entre o Eu e o Outro.
Pelo deixar ir, o que é possível aprender?
Bom seria que a Liberdade fosse um ato simples e único e não processual, já que sua complexidade reside firme na necessidade de várias desconstruções.
Logo, se há insistência para que "Fique!", há desconstrução. Se há insistência para que "Vá!", há desconstrução, igualmente.
O que fazer, pois?
De certo que, ou em um, ou em outro ato, o preço a ser pago é um só.
CJMaciel