"QUITERS?"

18 de junho de 2018

02:05

Eu ando pela rua escura, voltando pra casa... é impossível não dizer que as coisas estão melhorando quando avisto a Igreja do Rosário, toda imponente em minha frente... Sempre penso cá comigo, quando a vejo..., que durante a noite as igrejas devem ser os lugares mais fantasmagóricos e assustadores do planeta. Eu nunca conseguiria dormir bem numa igreja... e isso é engraçado. Num cemitério também, obviamente... dois lugares em que, geralmente, ironicamente, fala-se muito de Deus.

Quando pessoas me param na rua e comentam textos, poemas ou bobagens que escrevi, é o momento mais feliz - e embaraçoso, porque eu fico cinza de vergonha. - ...do meu dia. Percebo que do ano passado pra cá, numa cidade pequena, eu acabei me tornando mais escritor do que vinha sendo desde 2001, quando escrevi o meu primeiro conto de terror (em que, ao lê-lo, disse a mim mesmo: "hum...tá. Pelo menos dessa vez você não imitou ninguém."). Na verdade, nesses momentos, em que falam comigo sobre o que escrevo (não são muitos, AINDA, assim espero...), a minha maior preocupação, é continuar tendo a mesma humildade que tinha em 2001, quando só minha mãe lia meus textos... e tentava, falhando drasticamente, fingir que eram bons...

02:25

Conheci uma garota linda hoje..., mas, e daí?! A gente conhece pessoas lindas o tempo inteiro! Eu odeio ficar potencializando a imagem das pessoas em minha mente... escrevo logo um poema sobre elas e digo "pronto, agora fique bem quietinha aí e deixa eu viver.". Não gosto de mexer com minha rotina de virginiano e obsessivo compulsivo, perdendo tempo com: “tentativas com margens muito grandes de erro de viver romances.". Mas, na minha caminhada, sozinho, tirando fotos das coisas, com meu celular, olhei pra frente, olhei pra trás, pro lado... e por dentro... e me senti incrivelmente só.

Nada que um pão com queijo e presunto e um chazinho não resolvam... auto piedade é o uísque dos deprimidos... crack dos desistentes. E Dona Christina não criou desistentes.