ARTISTAS, "PUÁ!"

17 de junho de 2018

02:37

A maioria dos poetas perdem tempo demais de suas vidas e de sua obra escrevendo poemas de amor. O amor tá aí, estabelecido pra cacete. Vivemos num mundo que conhece Roberto Carlos, Chico Buarque, Maysa Matarazzo, Elis Regina Carlos Gardel, Adele, Louis Armstrong, Gabriel Garcia Márquez, Pablo Neruda, Simone de Beauvoir, Vinicius de Moraes... Puts!!! Pra quê MAIS?!

Eu falei de amor na adolescência e iniciozinho da vida adulta e depois pronto. As musas certas (e erradas) tiveram sua dose e: “obrigado-de-nada”, e bola pra frente. Existem muitas coisas que inquietam e aquecem o coração e as vidas das pessoas, e talvez seja bom mudar os holofotes pro lado delas, um pouco.

Falar sobre a agonia quando se espera alguém que não chega, o coração, quieto há segundos atrás, agora acelerado como se tivesse em fuga, é espetacular... não, não precisa esperar alguém que se está namorando e amando, na verdade, pode ser até seu patrão com a notícia de um aumento (ou demissão), pode ser o cara do cachorro quente, e você tá azul de fome. Os poetas deveriam falar sobre aquela sensação maravilhosa que se tem quando a gente chega em casa depois de estar em pé - ou correndo - desde de manhã e sente a água quente do chuveiro percorrer nosso corpo, do pescoço ao pé, e tantas outras sensações quase infinitas. Falar de amizade, de sexo casual, de filhos, de raiva, de lixo, de vomito, de cocô, da própria escrita em si, de acarajé com abará, de descontos, de liquidações... falar de Deus e ver que o amor está em tudo isso, implícito, totalmente.

03:11

Hoje eu fiz cocô no banheiro dos outros. Puá! Detesto fazer isso. E lá, no banheiro, primeiramente eu pensei "nossa que banheiro mais limpo... nota 10, gostei...", depois pensei, realmente, nesse tal de AMOR. A vida pareceu branca, clara, incrivelmente limpa e SEGURA, naquele momento. Talvez o céu seja assim, como um banheiro limpo, onde se pode cagar com segurança. No final das contas, seja apenas disso que precisamos.

... e vocês ficam aí, idolatrando uns aos outros como malditas sereias num mar de azulejos... ridículos. Odeio vocês, sério. Odeio poetas. Escritores. Músicos. Pintores. Escultores. Vendedores de pulseirinhas. Artistas. Só faço isso tudo porque sou adicto à toda essa merda... não consigo – MESMO... - parar.