BEIJA-FLOR
Fazia frio. O recinto era pequeno e iluminado pela luz que entrava das janelas de vidro. Aprisionado naquele ambiente encontrava-se um pequenino beija-flor. As estantes com seus livros enfileirados não o atraía como as flores.
Apesar das portas e janelas estarem escancaradas, o pequeno beija-flor não conseguia encontrar uma saída.
Debatia-se conta o vidro que em sua transparência lhe mostrava o céu coberto de nuvens convidativas para seu voo.
Mas a parede invisível o separava de seu mundo, de sua família... Parecia não haver saída.
Já estava cansado de bater suas asas inutilmente.
De repente ele ouviu um ruído atrás de si. Um ser gigante o buscava. Mais perigo? - pensou assustado.
Dedos quentes se fecharam sobre seu corpinho exausto. Enquanto o seguravam com ternura.
Num piscar de olhos sentiu que a atmosfera havia mudado. Sentiu o vento. Ouviu o canto dos outros pássaros. Abriu a as asas e seguiu voando para o espaço.
Quis agradecer ao humano que lhe havia libertado, mas ele já se fora.
Mas o beija-flor não sabia, que de uma forma mais profunda ele libertara o humano. Ao contemplar aquele pequenino ser aprisionado, com todas as possibilidades de encontrar a liberdade, mas não conseguindo encontrar a saída, o humano entendeu que muitas vezes a solução dos seus problemas era muito mais simples do que pensava.
E compreendeu que às vezes precisava de ajuda para conseguir achar a saída. Precisava de amigos, da família... Precisava de Deus.