Mágoa
Quando enche a borda, as comportas da alma se abrem e o copo transborda, vaza, inunda, encharca, escorre, desmonta, cai, sufoca.
Não cessa, não para e não seca. Não escoa, não some.
E então, evapora! Vem a dormência, o conformismo e a estagnação. A aceitação, não!
Controla, refaz, reforça... o estrago já foi feito, já doeu, já queimou. E o que sobrou? O desalento, a fragilidade e a cautela. Pequenos passos, cuidadosos e incertos que aos poucos irão se firmar.
Mas, assim mesmo, um resquício daquilo que fez tudo transbordar, ainda fica...