O fim as vezes é o ponto de partida.
E olha eu aqui de novo, escrevendo sobre você pela vigésima vez. Porque você me cansa, me cansa muito, mas eu não desisto, tô me sentindo meio boba, meio trouxa, e muito cansada. Eu queria que pelo menos uma vez, só uma vez, você não me decepcionasse, eu queria bem lá do fundo do meu coração, do fundinho mesmo, que você não me quebrasse mais, só pra eu poder te amar em paz, mas sempre que eu me encho de esperança e fico quietinha no canto, torcendo pra você não me magoar, você e seu desastre ambulante, me rasga ao meio, e eu já não consigo mais me costurar, me colar, me remendar; eu já não consigo mais cultivar esperança em você. E das mil e uma chances que eu dei pra você mostrar que tinha algo de bom em você, você fez questão de jogar fora, e ainda assim eu não consegui fechar as portas pra você, ainda assim eu quis te amar, até que hoje depois de te ver chutando o balde pela milésima vez, eu finalmente entendi que todas as vezes que eu disse sim pra você, na verdade eu estava te autorizando a me machucar, que todas as vezes que eu perdoei e te deixei ficar, eu dei a você a chance de quebrar de novo, que todas as vezes que você quis voltar, depois de sair batendo a porta e eu deixei, eu estava te convidando a me machucar; eu finalmente entendi que se você dar à alguém, mais chances do que ela merece, você dá à ela poder de te desconfigurar, de mexer com a tua vida, de mudar as coisas de lugar. Por isso, hoje, eu resolvi fechar de vez a porta, engoli minha esperança e te deixar ir embora de vez. Só não garanto mais abrigo, caso resolva voltar.