SOBRE A ATUAL CRISE DO AMOR
Neste dia dos namorados, fora o interesse comercial na data e o viés cômico que adquiriu, quero fazer uma séria reflexão sobre a crise do amor nos relacionamentos pela qual passa a contemporaneidade. Apesar da população hoje ser muito maior e a facilidade de comunicação pelos meios e pelas redes sociais, inúmeras pessoas estão solitárias e/ou em crise no relacionamento e muito dificilmente consegue encontrar seu par ou solucionar seu relacionamento, e a pergunta que fica é: por quê?
Antes de mais nada, a crise atual pela qual a sociedade passa não se restringe somente ao eros, o amor conjugal, mas abrange também o filéo, que é o amor fraternal, e o ágape, o amor pelo divino. Logo, em uma sociedade a qual as pessoas nem sequer mais amam a Deus, seu próprio Criador, a quem deve amar acima de tudo, e nem a seu próximo, ainda mais sua própria família, amigos e pessoas do convívio, então de onde vai tirar amor para se relacionar com outrem e poder viver lado a lado? Tanto é que eros perdeu até seu sentido etimológico original, remetendo apenas ao "erótico", no sentido meramente sexual e pornográfico.
Em segundo, cabe ressaltar, como consequência de tudo o que foi mencionado anteriormente, de que as pessoas estão se "suicidando" no mais vil egoísmo e querendo se relacionar com outra pessoa apenas pela aparência, por interesse financeiro ou por condizer apenas da forma com que elas queiram, sem respeitar a opinião e/ou gostos do próximo, o que acaba se tornando um ciclo vicioso e contagiante, sendo as outras pessoas da mesma mentalidade e ninguém mais se entendendo, além de, claro, nem sequer parar para ao menos dialogar, tanto namorados como cônjuges, criando uma verdadeira babel amorosa.
Tudo deve partir de nós, a capacidade de amar que Deus nos deu deve começar antes e acima de tudo de nós mesmos. Afinal, o verdadeiro amor não está solto no ar, mas está no nosso coração, e só precisa ser externado. Pois "onde estiver teu tesouro, ali estará teu coração" (Mt 6:21) e assim de fato estará apto para a união e formar uma só carne.
Por Vinícius Fernandes da Costa