Fazer o bem e ser amável
Debruçada está a tarde nos umbrais do tempo, visível ao inatingível, palpável ao não tangível.
Resvalam hálitos pelos caminhos tingidos de sóis poentes.
Flores desabrocham calmamente nos jardins do peito de cada gente.
Solo inexaurível é a pele sem preconceitos, o olhar vestido de respeito.
O amor deita na beira das razões de cada um.
Não dorme, mas espera ser tocado, para que se levante e seja mais amor ainda. Requerem fraternidade, as horas implorando emoções.
Leitos vazios nos hospitais da alma revelam curas.
Que então perdure a realeza do bem!
Brisas que correm por entre as multidões apressadas, levam olores de pessoas e ruas.Gente leva bagagem confusa e pesada e não sabem distinguir entre o que vão descartar e o que vão usufruir.
Daí então, um gesto de afabilidade, ou um carinho em pequeno ato, passa como a brisa sorrateira no meio da multidão, porém sem levar aromas; sem se desfrutar do bem que é fazer o bem e ser amável. Quando se toca e acarinha com amor, se preenche de amor.
Quando se esvazia e segue desviando, jamais alcança horizontes; somente a visão tão sonhada deles.
E nem todos os sonhos se realizam.