O AMOR É O FLAGELO DA ARTE.

9 de junho de 2018

22:52

de vez em quando eu percebo que a melancolia reside no fato de eu me prender demais na ideia de manter tudo como está. Mesma rotina, mesmo caminho, mesmos amigos, mesmas músicas, mesma poesia barata. Sou capaz de passar semanas jantando a mesma comida... anos lendo os mesmo autores. Romances que poderiam ser escritos em dez semanas, já passam agora do décimo ano sem terminar...

Tenho uma resistência terrível a novidades. Sempre detesto as pessoas que não conheço ou que acabo de conhecer, por puro medo de que elas me odeiem. Simplesmente fica mais fácil ser rejeitado quando você já rejeitou as pessoas desde o início.

A livraria está morna, e lá fora está frio. Eu converso comigo mesmo, e com livros, com Deus, e espíritos. A espiritualidade e a noção de infinitude da alma me passa a sensação de que estou rodeado de presenças, mas ainda assim eu me sinto isolado.

O amor (e o matrimônio, principalmente), representam o fim do poeta e do escritor. A musa torna-se única e a linguagem se torna acomodada. A produção torna-se pobre, isto se não acabar por deixar de existir...

O amor é a fonte e ao mesmo tempo é o flagelo do artista. Um verdadeiro genocida, pra quem não quer parar de criar...

H.B