Alheio

alheio ao lado da musa

começo a escrever

neste exato momento,

às doze horas deste dia

seis de junho de dois mil

e dezoito, porém, alguém

à procura de alguma alegria

aproxima-se, trazendo biscoitos,

bom café com leite qual anestesia

velho frio desta manhã, gélida tersã.

quisera ter agora bela e divina mente sã.

é intrusa gripe meu companheiro, atchim!

está servido, meu amado leitor querido?

não é o espirro, é o café com biscoitos.

bem que podia ser um chá de alecrim,

apesar desta alegria gastronômica.

encontro-me em palpos de aranha,

a escrever anônimo pelo conselho

parecendo-me situação bisonha.

debaixo de relho, pois, minha cabeça

tropeça no avesso desse acontecimento

ao se ver num espelho a lhe espelhar

o movimento lento, deve ser

pela idade-bedelho.

devagar a divagar

vai-se ao longe

diz a musa

a qual do

poeta

usa.

e a gripe, minha deusa?

vamos desengripar

primeiramente

a sua mente,

o resto

vamos

deixar

para o

ar quente.

claro, se ele

não estiver

ausente.

escrevendo apenas uma

estrofe por semana,

conquanto, seu

conteúdo seja

autêntico

é andar

à galope.

preste

atenção

a musa

não diz:

trote, de pura ilusão.

estará lentamente

cumprindo a sua

missão, assim

fala a musa,

ao pensar

pelo meu

pensar,

porém,

de coração!

e a musa acrescenta: quer ser poeta

então escreva, escreva,

quem sabe se…

porém, da gripe não falou mais nada

pareceu-me completamente desinteressada,

porém, uma coisa eu sei ela nunca fica estressada.

jbcampos
Enviado por jbcampos em 07/06/2018
Código do texto: T6358158
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