Esfera privada e esfera pública
O juiz Marcelo Bretas perdeu uma excelente oportunidade de ficar calado.
Na esfera privada, enquanto cidadão que é, poderia manifestar-se como bem quisesse. Entretanto, certas posturas são desejáveis em homens públicos no exercício de seus cargos. Principalmente, o respeito à formalidade de um ato processual e a lonjura entre o juiz e uma testemunha.
Render loas e confessar simpatia pregressa por um criminoso condenado, que destruiu nosso país - ainda que para ‘descontrair’ o sisudo ato - mostrou-se absolutamente impertinente e de péssimo tom.
Bandidos são bandidos. E quando um bandido torna-se testemunha de outro, mais distância e profissionalismo deveria mostrar o magistrado.
A camaradagem exibida por Bretas comprova que está arraigado na mentalidade nacional, a tese de que bandido é vítima do sistema e não oferece perigo à sociedade. E não importa qual seja o bandido.
Ademais, ao tietar o criminoso, que deveria ter sido tratado com frieza e com o distanciamento protocolar, o juiz mostrou ao Brasil que sair do enquadramento marxista é possível, mas livrar-se de seus cacoetes é um privilégio para poucos. Aliás, pouquíssimos! (CW)