Adeus saudade
O que foi feito produziu efeito, nada mais há a fazer
Os lábios ressequidos já não tem nada a dizer
As pupilas no horizonte dispersam o pensamento
A garganta rouca já não mais emite som
O decreto já foi assinado
Os pés travados na areia movediça
Nada mais existe
Nem saudade.
INTERAÇÃO DO POETA FERNANDO A FREIRE, A QUEM SOU GRATA PELA LEITURA ESPETACULAR DO "Adeus saudade".
Estou aqui parado, longe de minha vila, olhando pros lados, dependurado na minha mochila. Descalço, pés travados na areia, à falta de meia. Pensei até em voltar ao lugar onde tudo começou..., e tudo recomeçar com minha outra metade. Mas vi que uma metade é amor e outra metade é saudade. Nada mais a fazer quando tudo se consome. Sede, senti. Senti fome. Aí, achei tua poesia. Li-a. Comi-a. Me fez mais homem. Decidi matar uma das metades e: "Home-coming!", enquanto a outra metade não some.