O Que Há Em Mim
Hoje eu vou escrever sobre algo diferente
Talvez seja até impertinente
Falar de modo tão pessoal
Do que penso e sou
Mas de um texto resumido
Vou falar sobre o que admiro
Vou começar a falar sobre a minha mãe
Agradecer pelas noites bem dormidas
Onde ela pegava toda a preocupação da vida
E colocava somente no seu coração
E me deixava livre de qualquer furacão
Agradecer que no dia a dia
Foi difícil mas ela foi minha heroína
Jamais posso deixar de falar
Das todas as vezes que ela foi meu lar
E de todas as vezes que me protegeu
E jamais esqueceu
Que um dia eu iria voar
Me preparou com falhas
Me deixou consciente que viriam navalhas
E que confiava em mim
Que eu seria um guerreiro
Que eu seria tudo que ela confiava...
Não tão distante está minha dinda
Se perfume de rosa e doçura fossem uma pessoa
Seriam a Chica
Até a pancada mais forte
Antes de tocar em mim
Ela amortecia
Com medo que fosse doer em mim
Essas duas foram meu exército
Com mania de auto proteção
Até me colocava por demais em baixo das asas
Às vezes ela queria ser minha porta voz
Meu escudo, meus braços e pernas
Mas me ensinou que eterna
É a palavra correta
Quando se fala de amor de verdade
Mas olha ela logo ali...
Me viu crescer também
Me pegou no colo
E sempre passava a parte difícil do jogo do Super Mário
Quem diria
Se pudesse sempre passar todas as etapas dificeis da vida para mim...
Ela faria
Eu falo da Michele
Um elo inexplicável
Uma prima com gosto de irmã
Sempre presente
E que o tempo e a distância
Jamais irão deixar ausente
Logo mais adiante
Tenho uma tia
De flor ela não tem muito
Mas de cactus ela tem quase tudo
Com esse jeito diferente de se expressar
Sempre fez calar
Quando algo chegava a me ameaçar
Eu falo e repito
Maria Nazaré é mulher de fé
Tenho uma outra tia também
Por parte de mãe
Falo da Tia Paula
Essa da uma aula
Não é só por que é professora
É por que lutou para chegar a onde está
Orgulhosa sim
Mas de amor enfim
Ela sempre apoiou a loucura do bem
E quando alguém apontava o dedo para a minha mãe
Para falar sobre o seu filho gay
Do nada surgia ela
Para gritar aos quatro ventos
Que a vida é assim
Que ser diferente é normal
E que qual a graça se tudo for igual?
Essa que agora vou citar
Já se foi...
Está lá no céu tomando chimarrão
Mas não posso deixar de falar da tia Ico
Essa é quase que inexplicável
Parceira das coisas boas
Do chimarrão de fim da tarde
Aprendeu que o sol também arde
E transpareceu a verdade para todos
Que até o mais forte senti dor
Mas que levanta e começa tudo de novo seja a onde for
Sempre preocupada com a vida
Eu digo e repito
Ela fez o melhor que podia em vida
E que partidas
Não são sempre bem vindas
Mas toda vinda tem uma ida
Serviu de exemplo
Era uma das mais velhas
Com alma mais jovem
Me ensinou que a vida é amarga
Então coloca um mel
Mistura com limão e se joga
Temos também a mais nova a chegar na família
É uma tal de Janaína
Prima emprestada
Que eu jamais vou devolver
Difícil esquecer esse jeito elétrico de ser
Mais bipolar que qualquer outro
Seria tosco duvidar da capacidade dela
De se reinventar
Imaginou seu sonho, idealizou e concretizou
Jamais me deixou para trás
Podia não ter ouvidos
Mas sempre parou para me ouvir
Prima emprestada ou de sangue
Não me importa
Importa é que tu está aqui
O que todas tem em comum?
De personalidade nada
Mas em comum quem amava
De modo diferente
Cada uma com seu jeito diferente
Escreveram em mim
Cada uma com sua letra
Entre linhas retas e tortas
Que entre ser bom ou ser bem
Seja do bem
Que o bom vem
Obrigado Paula, Ico, Zete, Chica, Michele, Jana e Rosane