A geração Z...umbi

As grandes invenções, inevitavelmente, mudam toda uma estrutura de uma sociedade. As transformações atingem vários níveis no comportamento de um ser humano. A forma de lidar com o tempo e as informações já não são as mesmas de 10, 20 anos atrás. E quanto mais avançam os anos, mais rápidas ficam essas transformações. Uma carta ficou sendo muito comum como meio de comunicação durante séculos. Já o email, o tal correio eletrônico, vindo com o advento da internet, já em meados dos anos 1990, é considerado por muitos adolescentes de hoje, obsoleto. O disco de vinil ficou como referência em termos musicais durante décadas. Já o CD e o DVD, grandes novidades nos anos 1990 e 2000, simplesmente foram massacrados pela facilidade da música do mundo virtual atualmente.

Nesse contexto, encaixam-se as chamadas gerações. Especialistas no assunto costumam dividir em três: X, Y e Z. A geração X são os nascidos entre as décadas de 1960 e 1970, com um futuro incerto, hostil, época da Guerra Fria, pós Segunda Guerra Mundial. Muitos desses se tornaram grandes profissionais bem remunerados, mas "jogaram tudo pro alto" e foram fazer aquilo que os fazem felizes; a geração Y engloba os que nasceram no fim dos anos 1970 e 1990, sendo uma geração que acompanhou grandes avanços tecnológicos (que saudade do Atari). As crianças dessa geração tiveram acesso a coisas que seus pais não tiveram, como videogames, computadores, entre outras. Lutam por salários mais altos, trocam de emprego com certa frequência em busca de algo melhor, sendo repudiados por seus pais, da geração X, por considerarem esses atos como sinônimo de desinteresse e incerteza no futuro; E a geração Z, que compreende os nascidos no final da década de 1990 a 2010, está ligada diretamente à expansão da internet e à explosão dos aparelhos eletrônicos. Essas pessoas são as chamadas "nativas digitais", pois já nasceram vivenciando esse processo. A maioria não consegue fazer uma coisa só pro resto de suas vidas, principalmente em uma única empresa. É uma geração fechada em seu mundo, com suas telas de smartphone e fones de ouvido, paradoxalmente escutando pouco o que os outros falam e falando menos ainda. A preocupação concentra só consigo mesmo. As velhas lutas coletivas ficam cada vez mais escassas. É bom lembrar que os mesmo estudiosos do assunto já apontam uma outra geração, nascida a partir de 2010: a geração alpha. mas por se tratar ainda de crianças, é melhor deixar pra analisar futuramente, quem sabe.

Muitos consideram a geração Z como "líquida", ou seja, facilmente de ser conduzida ou "levada" para vários caminhos, se deixando levar, por não possuir uma ideologia sólida, não se preocupando muito com o coletivo, pois está isolada e mergulhada em seu aparelho eletrônico. Essa geração não tem paciência com algo longo. Muda tudo a todo momento. Se a música for longa, passa logo para outra, se está se comunicando no face, passa para o WhatsApp, pois tem alguém que acabou de passar uma mensagem. Não consegue terminar algo, pois faz vários ao mesmo tempo, não se concentrando plenamente em nenhum.

Assim, a tal geração Z, e também os chamados "migrantes" de outras gerações, que possuem comportamento parecido com a geração citada, veem a vida passar, pois parecem que vieram ao mundo a passeio, só pra viverem dentro do mundo virtual. Aí, o Z poderia ser daquele símbolo que representa o sono, zzzzzzzzzzz. Chegam parecer verdadeiros zumbis, alienados com um celular e/ou um tablet, em posições que prejudicam o próprio corpo, com o pescoço arriado o tempo todo, caminhando, apressados ou não, se esbarrando uns aos outros, ou no meio de uma roda de amigos e/ou familiares, parecendo que estão em outro mundo (e estão realmente). E assim, depois de tanto evoluir, a humanidade deixou de ter o Corcunda de Notre-Dame, para conhecer a geração de outro corcunda, o Corcunda do Smartphone.

A internet, ao mesmo tempo que tem o poder de aproximar, promovendo reencontros inesperados ou tão aguardados, é capaz de isolar o indivíduo, preso no mundo que está à sua disposição, na palma de sua mão. Que paradoxo fascinante!

Não revelam fotos, tudo é descartável o tempo todo...aliás, mudaram até o modelo de tempo. O que era pra amanhã virou pra ontem.

Enfim, boa parte dessa geração acha que sabe para onde ir, mas sequer sabe onde está.

Bibliografia utilizada: Oficina da net - Maximiliano Meyer.

Cadu de Souza
Enviado por Cadu de Souza em 28/05/2018
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