Aos pretendentes a pretendentes pós-modernos
Um poeta desta época precisa, em primeiro lugar não morrer, virtualmente, e em segundo, não morrer de facto.
Precisará este pretende a imortal pós-moderno de muitas musas, pois em tanta companhia grande é a solidão.
O poeta deste tempo, se é que há tempo para ser poeta, terá a grande dificuldade contemporânea de não saber coisa alguma das coisas que não se sabe o porque.
Deverá ele desconfiar das coisas, e em hipótese alguma acreditar na boa intenção da mídia, dos políticos e quaisquer líderes que não tenham sequer cogitado a abreviação da existência como ato nobre, honesto e sincero consigo próprio.
E, acima de tudo,
O poeta deve saber cultivar flores no deserto.
W. Carlos
In; Diários de um pre túmulo.