O ANIMAL MAIS COMPLEXO
Todos os animais têm as suas peculiaridades, as quais são exibidas nas suas respectivas características intrínsecas, que lhe foram impostas pela sua natureza. Essas qualidades são exercitadas compulsoriamente pelos seus detentores, as quais atendem de forma privilegiada a sobrevivência e a manutenção da espécie, através da reprodução. Nesse cenário não entram quaisquer noções de valores objetivos ou subjetivos, como certo e errado, bem e mal, ou quaisquer outros que não se refiram exclusivamente à preservação da vida e da espécie, tudo sob o comando do determinismo evolucionista.
Mas a natureza determinou uma única exceção no Planeta, somente para uma espécie diferenciada, para a qual, além da noção de sobrevivência e de preservação, concedeu-lhe a capacidade de raciocinar, e através de um mecanismo inteligente, discernir o inter- relacionamento entre todas as coisas, perceber as suas combinações, e a agir sobre todo o contexto, usufruindo de todas as vantagens que possam lhe oferecer, no atendimento às suas necessidades e aos seus caprichos. Além disso, esse animal, na sua evolução, percebeu a existência do bem e do mal, os quais são incorporados na sua natureza, de forma a orientar o seu comportamento, pois essa noção ficou impressa na sua mente, manifestando-se no seu pensamento, que permanece subjacente às opções previstas, as quais serão adotadas nas suas atitudes ou executadas nas suas ações concretas. Ele percebeu também, que todo o conjunto da Natureza repousa sobre equações, que estabelecem a plena harmonia dos contrários, cujos componentes são absolutamente indispensáveis. Esse animal mais privilegiado de todos, é o Homo Habilis, o Homem Habilidoso, cuja inteligência supera a força bruta, convertendo-o no Rei, com poder absoluto sobre tudo e sobre todos, em toda a extensão do Planeta Terra.
Com o exercício dessa capacidade intelectual, o Homo Habilis submeteu tudo ao seu domínio, adquirindo até o poder de eliminar toda a modalidade de vida, inclusive a sua, em todo o Planeta, no que, aliás, ele está trabalhando com muito empenho. Curioso, que isso representa serrar o galho onde se está sentado, ou eliminar a si próprio, num suicídio coletivo, o que contraria o princípio da inteligência! Como isso se explica? Salvo melhor juízo, as explicações sobre o comportamento do Homo Habilis, devem ser fornecidas pelos racionalistas, pelos céticos, pelos ateus ou agnósticos e também pelos cientistas da natureza, os quais se autodenominam de “Homo Sapiens” e são adeptos da idolatria da razão! Entretanto, apesar da sua suposta sabedoria, eles não conseguem responder a algumas das mais simples perguntas: Quem sou eu? De onde em vim? O que eu faço aqui? Para onde eu vou? Isto sem falar das fantásticas teorias da astrofísica.
Com efeito, o que ocorre na verdade, é que essa turma de racionalistas, com diversas nomenclaturas, vive angustiada, embora se fazendo de sábios e despreocupados, pois essas perguntas ficam martelando a sua imaginação, e lá no fundo, eles gostariam de saber aquilo que as pessoas profundamente espiritualizadas sabem, pois estas não precisam acreditar em nada, uma vez que elas foram contempladas com a sabedoria sobre muitas das circunstâncias desejáveis e inacessíveis à razão, e podem dispensar a inútil necessidade de acreditar. Como um dever, elas ensinam as respostas, mas os arrogantes racionalistas são surdos e cegos, não ouvem e não enxergam, com bloqueio intelectual e principalmente espiritual, o que não lhes permite compreender as essencialidades, pois o seu alcance é superficial, limitado à razão e incapacitado de penetrar as profundezas de Deus, onde somente o espírito pode adentrar. Com o passar dos anos, chega a velhice e aproxima-se o fim da jornada, então aumenta o desespero em saber, mas o relógio não volta para trás, e o tempo perdido não pode ser recuperado. Então devemos observar Atos 17:30 – Mas Deus, sem levar em conta os tempos da ignorância, agora anuncia aos homens que todos e em todo lugar se arrependam (...)
A ciência humana, alojada na física e astrofísica teórica, propaga e explora habilmente (cinema, televisão, livros) uma grande quantidade de supostos conhecimentos sobre o Universo, e nem sabem exatamente o que ele é, estabelecendo diversos números absurdos (extinção dos dinossauros, idade do Universo, idade e duração do sol, etc., etc.) os quais, evidentemente, não podem ser comprovados e nem desmentidos, e, na verdade, eles nem conhecem integralmente o nosso Planeta! Mas os apologistas da razão acreditam ingenuamente neles, tornando-se “crentes” mais convictos ainda do que os religiosos, dos quais vivem zombando.
Entre essas diversas classes de racionalistas convictos, um pouco mais felizes, são aqueles que não fazem uma fanática propaganda da racionalidade, e não atacam as vezes desrespeitosamente, aqueles que acreditam em uma transcendência espiritual que se sobrepõe a tudo o que observamos no Universo. Entre eles, podem surgir também os mais prudentes quanto à adoção de imutáveis convicções, e se dão ao trabalho de sondar as obras daqueles que estão na contramão das suas ideias, podendo inclusive introduzir alterações nas suas próprias convicções. A estes, indicamos as obras de Jacob Boehme, de C. S. Lewis e de Francis S. Collins para os seus estudos independentes.
Esse animal complexo, o Homo Habilis, tem a inegável capacidade de observar um micro detalhe na estrutura do seu semelhante, mas não consegue enxergar um elefante que caminha sobre a sua própria estrutura, o mesmo que observar a má qualidade da Humanidade, como um todo, como se o observador não fosse um Ser Humano. Na realidade, não escapa ninguém, (Romanos 3:11) (Ezequiel 36:31) nem eu nem você, restando-nos o consolo de admitirmos a nossa imperfeição, de nos empenharmos na busca da nossa consciência espiritual, obtida pelo conhecimento de Deus através de nós mesmos, e não iludidos pelas instituições comerciais que se enriquecem à custa das “ovelhas” humildes, que lhes conferem poder econômico e político.
Provérbios 11:9 – O injusto arruína o próximo com a boca, mas os justos se salvam pelo conhecimento que possuem.
O tempo, que não é universal, mas uma propriedade específica do Terceiro Princípio está se esgotando. O conhecimento mencionado acima é espiritual, e aqueles que desejarem possuí-lo devem abandonar a zona de conforto das “planícies racionais”, adquirindo a capacidade de mergulhar fundo nas profundezas do espírito, e ainda de escalar a enorme montanha, no topo da qual se encontra o “Palácio da Theosophia”, onde habita a linda e deslumbrante morena chamada Sophia! (Eclo. 24;24)