Sobre a Solidão

" Se sentia um pouco mais humano, longe de toda aquela humanidade".

Não sei de quem é a frase, mas cabe perfeitamente ao que sinto em relação a gostar de estar só. Não vejo problema em curtir o meu cantinho. Em ter meus rituais cotidianos de felicidade. A solidão não precisa, necessariamente, ser negativa. De repente seja o meu modo de fugir da agitação, da violência física e verbal e de todo tipo de maldade humana. Nesse meu momento a sós, encontro paz.

E é preciso coragem para ser diferente, é preciso ousadia para conseguir dizer não e assim, ser livre dos estereótipos que criaram pra gente. O que me leva a questionar - quem está realmente algemado?

Com tantas tentativas de aprovação a nossa existência resume-se a uma interminável soma de rotina tediosa onde temos que estar com um sorriso no rosto o tempo todo - cercados de pessoas.

Em qual momento o poder de escolha tornou-se ruim? Não sei. Só sei que há diversas maneiras de manifestação da felicidade. Simone de Beavoir nos deu uma importante dica:

" Que nada nos limite, que nada nos defina, que nada nos sujeite...".

Faço uso do meu direito a recusa - a minha presença não me incomoda. Termino com a frase de Clarice Lispector:

" Minha força está na solidão. Não tenho medo nem de chuvas tempestivas, nem de grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite".

Que a gente encontre sentido na magnitude das escolhas e que nossos olhos consigam estar atentos a multiplicidade do que é belo.

Ana Liszt
Enviado por Ana Liszt em 14/05/2018
Reeditado em 14/05/2018
Código do texto: T6336148
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