Sobre o Amor e a Razão
Sentaram-se os dois a conversar
Cada um queria mais que o outro falar.
Eram tantos impropérios, tantas acusações sem sentido
e, no final, nenhum ao outro dava ouvidos.
O Amor esbravejava sua verdade
dizia-se ser a autêntica fonte da felicidade.
A Razão desdenhava de sua arrogância
alegando que suas ações eram frutos da ignorância.
"O melhor sou eu" gritava o Amor a plenos pulmões,
"Eu que gerencio e premedito todas as demais emoções! ".
"Você é um louco! " gritava a Razão,
"Só me apronta e eu que acabo resolvendo a confusão! ".
Iam e vinham de lá para cá
tropeçando nos próprios pés, nenhum queria calar.
O ar ficando pesado e rarefeito
como se para apaziguar nada mesmo pudesse ser feito.
Foi quando chocaram-se de repente assim
e um nos olhos do outro encontraram-se enfim.
Baixaram a cabeça, como numa trégua assinada,
um acordo para melhoria daquela vida já arruinada.
"Faremos assim, e tenho dito, com razão
que ambos nos beneficiamos com essa união:
Basta de tantas brigas e discussões,
somos os dois importantes nas variadas situações!