PARA QUE SERVEM OS INTERMEDIÁRIOS "ESPIRITUAIS" ?

A questão do enquadramento do Cristão como criança ou como adulto no espírito, não é tão simples como se imagina, e nem sempre é compreendida corretamente. A grande maioria das pessoas supõe, que aquele sujeito que integra uma denominação teológica, frequentando regularmente as suas reuniões e solenidades, que decorou quase que inteiramente a Bíblia, ou aquele que faz muitos anos que frequenta determinada denominação, ou ainda aquele outro que se formou em Teologia e que fez outros cursos do gênero, como o “pastor” (ou equivalente) da igreja, são todos adultos no espírito. Ledo engano, pois a racionalidade não é o caminho para a transição, mas sim a espiritualidade, e esta se desenvolve ou evolui através de insigths espirituais supra racionais.

Para se aproximar do discernimento entre quem é criança e quem é adulto no espírito, podemos estudar I Cor. 2;1a16 / Gálatas 1;11a16 e 4;9a11 / Hebreus 5;11a14 / 6;1,2 / (Efésios 4;14 - Para que não sejamos mais como crianças, inconstantes, levados ao redor por todo vento de doutrina, pela mentira dos homens, pela astúcia na invenção do erro).

Quanto aos “pastores” auto assumidos, ou como tais instituídos pelas suas respectivas denominações, vamos reativar a nossa memória: (Hebreus 5;4 – Ninguém toma essa honra para si, a não ser quando é chamado por Deus, como o foi Arão.

Além disso: Mateus 23 – Então falou Jesus às multidões e aos discípulos: Na cadeira de Moisés se assentaram os escribas e os fariseus. Amam o primeiro lugar nos banquetes e as primeiras cadeiras nas sinagogas. As saudações nas praças, e o serem chamados mestres pelos homens. Vós, porém, não serão chamados mestres, porque um só é vosso Mestre, e vós todos sois irmãos. A ninguém sobre a terra chameis vosso pai, porque só um é vosso Pai, aquele que está no céu. Nem serão chamados guias, porque um só é vosso Guia, o Cristo. Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque devorais as casas das viúvas e, para justificar, fazeis longas orações; por isso sofrereis juízo muito mais severo.

Por que na “cadeira de Moisés”? Porque os escribas e os fariseus (hoje com a atualizada nomenclatura dos teólogos), na absoluta maioria, não são nascidos de novo, portanto, sem a unção espiritual. Então eles ficam circunscritos ao Ministério de Moisés, o ministério da morte, conforme a definição do Apóstolo Paulo, confinados na Primeira Aliança, sem alcançar a Segunda Aliança, na Graça de Jesus Cristo. Os ungidos não cultuam imagens, santos (Isaías 2;8), a “rainha dos céus” (Jeremias 7;17,18), a “Diana dos Efésios” (Atos 19;34,35), relíquias, tradições, rituais, solenidades, datas festivas, normas e regulamentos, não se prendem a fábulas e genealogias, conforme advertem os Apóstolos Paulo e Pedro.

E mais: João 15;16 – Não fostes vós que me escolhestes; pelo contrário, eu vos escolhi e vos designei a ir e dar fruto, e fruto que permaneça, a fim de que o Pai vos conceda tudo quanto lhe pedirdes em meu nome.

E ainda: Efésios 2;8,9 – Porque pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus; não vem das obras, para que ninguém se orgulhe. Romanos 3;23,24 – Porque todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus; sendo justificados gratuitamente pela sua Graça, por meio da redenção que há em Cristo.

Afinal: II Cor. 5;16,17 - Assim, daqui em diante a ninguém reconhecemos segundo os padrões humanos. E ainda que tenhamos conhecido a Cristo segundo os padrões humanos, agora não mais o conhecemos desse modo. Portanto, se alguém está em Cristo, é nova criação; as coisas velhas já passaram, e surgiram coisas novas.

Eis o que realmente deve acontecer ao Cristão, e ele então será instantaneamente transferido da condição de criança espiritual para a condição de adulto espiritual:

João 3;3,5 – Jesus lhe respondeu: Em verdade, em verdade vos digo que ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de novo. Se alguém não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus.

Para concluir: A fé não vem de nós e nem das nossas obras. Não somos nós que escolhemos Cristo, e sim Ele é que escolhe quem quiser. Não conseguimos acessar o conhecimento de Deus e nem obter a salvação se não nascermos de novo, e esse novo nascimento também é concessão, transmitida pela Misericórdia do Pai, pelo Amor e pela Graça do Filho, através da Unção do Espírito Santo. O conhecimento de Deus, obtido em conjunto com o novo nascimento aí está: I João 2;27 – E quanto a vós, a unção que dele recebestes mantém-se em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine. Mas a unção que dele vem é verdadeira, não é mentira, e vos ensina a respeito de todas as coisas; permanecei nele assim como ela vos ensinou.

E então vamos conjecturar: A fé não vem de nós, é dom de Deus. Não somos nós que escolhemos Cristo; é Ele que nos escolhe. Ninguém entra no Reino de Cristo se não nascer de novo, e o novo nascimento é concessão. Ninguém deve assumir por sua própria vontade a condição de guia, pastor ou mestre, sem que tenha sido chamado pelo Senhor. O Espírito Santo é o nosso único Mestre; Jesus Cristo é o nosso único Pastor e Deus é o nosso único Pai. Recebida a unção espiritual, o agraciado recebe os ensinamentos divinos e não necessita de que alguém o ensine.

Então, qual é a utilidade das religiões embutidas nas denominações teológicas, e para que servem os pseudos “mestres” “e pastores” embutidos nessas denominações?

Na economia, temos as indústrias que fabricam os produtos e os comerciantes que formam as redes de distribuição desses produtos, e ainda os prestadores de serviços que dão assistência técnica aos produtos em geral. Toda essa estrutura tem um único objetivo, que é do conhecimento geral, e aceito como parte integrante do conjunto: o lucro.

No tocante às atividades das denominações teológicas, qual é o seu objetivo? Já vimos que os únicos e legítimos intermediários entre Deus e os homens são Jesus Cristo e o Espírito Santo de Deus, e que somente os incluídos em Hebreus 5;4 é que estão em condições de colaborar, muito modestamente e com muita honra, nessa intermediação.

O objetivo das denominações teológicas é o mesmo das indústrias, do comércio e dos prestadores de serviços, (o lucro) e ainda com o acréscimo da intenção de adquirir poder político, em função da maior quantidade possível de adeptos. O “poder econômico” da denominação católica apostólica romana está demonstrado no texto (“O Poder da Denominação Teológica”), e o seu “poder político” está em 1,2 bilhão de seguidores, conferindo-lhe o maior e mais extraordinário poder de uma instituição terrestre, ao ponto de haverem se tornado um “Estado” independente. As demais organizações do gênero, menos poderosas, copiam esse modelo e perseguem os mesmos objetivos. A “Reforma” proposta por Lutero mudou o seu foco, percebendo logo que a Doutrina da Graça, o seu fundamento inicial, era incompatível com a “Doutrina do Poder e da Prosperidade”. Assim, logo as denominações teológicas mandaram às favas a Graça, e também consolidaram as suas grandes redes de supermercados da fé, muito mais lucrativos, sem obrigações fiscais, muito mais agradáveis de serem administrados, e que conferem poder financeiro e político. E as “ovelhas”? Ora as “ovelhas”...

Edgar Alexandroni
Enviado por Edgar Alexandroni em 10/05/2018
Código do texto: T6332712
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