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Volto a um antigo projeto musical meu da mesma forma com que o deixei: SOZINHO. Há dezesseis anos. A proposta é Black Metal -- mesmo. Mas até nisso eu remo contra a corrente. Ocorre que a temática satanista lida com miseráveis migalhas advindas do judaico-cristianismo. Quem escolhe idolatrar a um ídolo cuja origem é justamente a religião a que ele se opõe só pode se contentar com migalhas.

O tema das florestas e das agruras de ser humano e estar preso à carne supera qualquer legião de demônios, putassantas em seus tronos e o diabo a quatro. "A floresta é eterno ensinamento", teria dito León Denis, um kardecista -- por incrível ironia -- num livro em si maravilhoso (à parte os delírios religiosos): "O Grande Enigma". Esse meu discurso pode até soar contraditório -- afinal, estou me baseando num livro cristão. Mas isso difere do que fazem os ditos "satanistas", que se valem de restos de ilusões para pregar uma ordem sem pé nem cabeça. Sirvamos ao que é humano. Não ao que é invenção de mentes débeis. "Não há", por falar nisso, "suficiente amor no mundo para oferecermos a seres imaginários", dissera Nietzsche, um importante "anticristo". Talvez o maior de todos. Cumpre estudarmos os assuntos com mais tempo e mesmo zelo.