Eu e o mar...
Estava eu, sentada, a te contemplar...
Tuas ondas iam e vinham como quisessem me tocar.
E, eu em meu silêncio que, embora profundo contivesse a necessidade de se expressar,
Tu, com o teu borbulho, não hesitastes e iniciastes a conversar.
E assim pude ouvir sobre a tua imensidão, os teus mistérios e do horizonte que estava além-mar... Além do que os meus olhos humanos podiam alcançar.
E, fui cada vez mais me aproximando, ficando junto de ti...
Já não eras mais um estranho! E pude te sentir cada vez mais e mais perto de mim...
O teu cheiro de verde, a tua força e, paradoxalmente, a tua delicadeza ao tocar meus os meus pés, com se dissesse: estou aqui!
Águas pálidas que delicadamente me acariciavam e espumas que incitavam o meu sorrir.
E, daí por diante fechei os meus olhos a fim de que a reciprocidade pudesse existir!
Confessei-te os meus segredos...
As dores que ainda trago no peito; meus medos calados; meus sonhos que foram apagados; das lágrimas gélidas que doíam em minha alma e da solidão que me acompanhava.
Também te confessei a minha estupenda resiliência! A minha louca persistência, que em meio a tantas turbulências, ausências e descrenças ainda assim se agarra num braço de céu para viver e continuar!
Sim! Tivemos um verdadeiro encontro!
E, sem que eu percebesse estava flutuando em tuas águas, que me afagavam, acarinhavam meus cabelos, embalava todo meu corpo e me enchia de paz...
Já não cabiam palavras, pois tinhas braços que calavam as minhas dores, os meus ais... E, eu continha o fôlego para ficar mais e mais junto de ti; tempo que a minha vida pudesse resistir.
E, assim ficamos por muito tempo...
Num universo só nosso: atemporal, surreal! Transcendendo o mundo, o tudo, eu na minha subjetividade e tu, Oh! Grande amigo, em tua amiga- imensidão.