Lançando o meu livro, numa festa de autografos.

Coitado deu.

Sentado na frente de uma mesa dois por quatro, lotada de livros.

A caneta perdeu a virgindade, pois tenho a mania de desenhar.

A hora passava e nada dos leitores.

Foi quando chegou meia duzia de idosos pago pela tipografia para animar a festa.

Olhei de lado e bocejei, ainda se fosse meia duzia de garotas com as pernas de fora e os shortinhos não tapando nada me animava.

O bulhe de chá de camomila, já estava por baixo.

As rosquinhas que era por minha conta também quase acabavam.

Detalhe toda essa despesa para se compensar um sonho.

Tava na minha conta.

Uma entrada e oito prestações no cartão.

Foi quando vindo de não sei donde adentrou no Sarau um pé de cana.

Pegou um livro e me perguntou.

_ E lançamento.

Fiz que positivo com a cabeça.

E o maluco lançou o livro por porta afora.

Todos olharam me para ver a reação.

De um poeta escritor.

No primeiro momento foi de raiva, mas tinha consentido com os pensamentos do louco.

Cai numa gargalhada e virei louco outra vez ajudando no lançamento de livros de poesia porta a fora.

O bolso não.

Mas o ego ficou aliviado.

JC

Tracaja
Enviado por Tracaja em 28/04/2018
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